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7 tendências que marcarão a inovação (e o futuro) do setor dos seguros

Fonte: Eco - Portugal

A cada trimestre que passa, investe-se no sector das InsurTech – a família de startups tecnológicas que floresce no mercado dos seguros – quase 2 biliões de dólares no último trimestre de 2019, num total de 6,37 biliões nos 12 meses. Mas a inovação tecnológica não está limitada a um punhado de novas empresas. A revolução digital atravessa o setor dos seguros de forma transversal e há já algum tempo que a maioria das empresas entende que a tecnologia e a sua utilização estão a mudar definitivamente o paradigma do mercado segurador.

A análise avançada de grandes conjuntos de dados, a conectividade que possibilita a Internet das Coisas (IoT), o machine learning ou mesmo o comércio eletrónico são tecnologias com grande impacto no presente e no futuro das seguradoras.

Estas são as sete principais tendências em inovação de seguros que identificamos:

1. Digitalização do modelo de negócios

A adoção das tecnologias da informação e comunicação (TIC) permite que as empresas desenvolvam novos modelos de negócios, bem como formas de operar interna e externamente. As chamadas metodologias ágeis permitem que se reaja melhor às flutuações do mercadoe se trabalhe com mais eficiência.

A digitalização também permite a criação de produtos novos e mais personalizados com um tempo de lançamento no mercado muito menor. Além disso, pode ser usada para adicionar valor, reduzir custos, reforçar a eficiência e alimentar o ecossistema inovador do qual, em última análise, surgirão novos modelos de negócios e aplicações da tecnologia.

2. Inteligência artificial e automatização

A inteligência das máquinas e, acima de tudo, o machine learning reduzirão os processos burocráticos e administrativos e acelerarão a gestão dos negócios. Várias startups do setor tornaram-se fortes graças à automatização de reclamações ou ao uso de inteligência artificial (IA) para reduzir fraudes.

Por outro lado, a IA e as tecnologias autónomas também representarão uma importante disrupção nos modelos de negócio das seguradoras no futuro próximo. O exemplo mais claro é o dos veículos autónomos, uma tecnologia que começa já a ser vista nas estradas e será comum na próxima década. O setor de seguros deve saber adaptar-se às novas necessidades e aos novos riscos que aparecerão na sequência da adoção destas tecnologias.

3. Big data e análise avançada

A análise de dados massivos é um dos grandes campos de inovação comercial da última década. E os seguros não são alheios à febre do big data. A análise cada vez mais avançada é usada para identificar, quantificar e priorizar os principais riscos das empresas, bem como relacionar as decisões de gestão desses riscos com o desempenho financeiro das organizações. Ou seja, o big data atua como uma ferramenta que permite otimizar os seguros seja qual for a linha de negócios.

No futuro, à medida que aumenta exponencialmente o volume de dados recolhidos, a análise de big data será usada na personalização total das apólices ou para mitigar e transferir os riscos em tempo real. Além disso, as projeções serão cada vez mais precisas, permitindo aos segurados anteciparem riscos imprevistos.

4. Descentralização e blockchain

Para possibilitar o manuseio de grandes volumes de dados, provenientes de qualquer tipo de fonte, é necessário ter um sistema que facilite e garanta a transferência de informações entre diferentes empresas ou elementos da cadeia de fornecimento. É aqui que a tecnologia blockchain entra em jogo. O chamado blockchain permitirá processos descentralizados, como a gestão de reclamações ou fraudes, mantendo os dados do cliente e da seguradora sempre protegidos.

5. Cibersegurança

A dependência tecnológica é cada vez maior e os serviços e empresas estão cada vez mais conectados. A digitalização abre novas oportunidades, como vimos, mas também apresenta uma série de desafios. O maior de todos eles é provavelmente o da cibersegurança.

As companhias de seguros estão envolvidas na gestão dos ciber-riscos, tanto como agentes de proteção contra ciberataques como enquanto alvos em si mesmas. A inovação em cibersegurança chegará ao setor segurador com a ajuda da proteção de dados, do reforço das políticas de conformidade, da gestão de riscos para a imagem e reputação e da mudança na cultura corporativa para reforçar a resiliência da empresa.

6. Auge e consolidação das InsurTech

De acordo com o mais recente Quarterly InsurTech Briefing publicado pela Willis Towers Watson, o mercado das InsurTech já está a mostrar os seus primeiros sinais de maturidade. A tecnologia que antes era completamente disruptiva em breve será percebida como normal pelo consumidor. Isto impulsionará a inovação nas empresas mais tradicionais. Também estimulará os movimentos de fusões e aquisições, bem como acordos de colaboração entre startups e organizações consolidadas no setor.

7. Omnicanalidade e clientes móveis

São cada vez mais os consumidores que preferem contratar os seus produtos on-line, de forma fácil e intuitiva, através de qualquer canal disponível e, sobretudo, por meio de dispositivos móveis. A ascensão do comércio eletrónico mudou a forma como o cliente procura, se informa, compara e compra, uma tendência de marcado cunho tecnológico que também tem o seu impacto no setor dos seguros.

Além disso, a experiência e o relacionamento com a empresa tornam-se um elemento central de todo o processo. Nos próximos anos, as estratégicas omnicanal, a personalização e a interação serão conceitos com tendência a ganhar cada vez mais importância no sector.

Em resumo:

Continuamos a assistir ao florescer das InsurTechs e da cultura de inovação num sector tipicamente tido como conservador. Efetivamente, só em 2019 foi investido cerca 40% do valor histórico em InsurTechs, tendo testemunhado a criação de 5 novos unicórnios (num total de 10 Insurtechs que até à data atingiram esse estatuto).

É inevitável que assim seja, quando o padrão e a tipologia de consumidores e mercados evoluem a uma velocidade nunca antes vista.

Por outro lado, por muito atrativa e sexyque seja esta temática, a verdade é que nem sempre a história destas empresas tem um final feliz – de acordo com os nossos dados, nos últimos três anos cerca de 184 insurtechs que haviam tido a capacidade de levantar capital, fecharam as suas portas.

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