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Cresce busca por seguro para gestor de fundos que compram empresas

Fonte: Brasil Econômico

Coberturas das apólices conhecidas como D&O são estendidas também aos executivos designados por cotistas.

O crescimento dos fundos de investimento em participação (FIPs) e de private equity tem gerado demanda à indústria de seguros por coberturas especiais de apólices de responsabilidade civil para administradores de empresas, conhecido como D&O (Directors and Officers).

Como esses fundos compram participações em empresas e, geralmente, têm gestão efetiva nessas companhias, seus gestores começaram a demandar que suas coberturas fossem estendidas também aos executivos designados pelo fundo para a administração da empresa adquirida.

"Os gestores e administradores estão sujeitos à demanda dos cotistas, que nesses fundos são formados por investidores qualificados, que investem a partir de R$ 100 mil", diz Renato Rodrigues, diretor de Linhas Financeiras da LIU, divisão de riscos especiais da Liberty Seguros.

A maior procura fez com que a Liberty trouxesse a cobertura que já era oferecida pela operação americana para o Brasil.

"Fechamos três apólices com essa cobertura adicional nos últimos dois meses e recebemos outras dez consultas", conta Rodrigues.

Para os fundos, é vantajoso contratar uma só apólice que estende a cobertura, pois todas as empresas sob o controle do fundo dividem o mesmo limite, do que contratar um seguro para os administradores de cada empresa, o que fica mais caro.

Na teoria, todas as seguradoras que atuam com D&O no Brasil podem adaptar suas apólices para oferecer essa proteção.

Mas, na prática, não são todas que têm apetite para esse tipo de risco, afirma Paulo Baptista, gerente de produtos financeiros da corretora Marsh.

"Algumas têm restrições e exclusões de coberturas que inviabilizam a contratação", diz.

Público potencial

Os 89 fundos de participações em operação no Brasil têm patrimônio de R$ 40,11 bilhões, segundo dados da Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais) de maio. Já o capital comprometido em private equity e venture capital chega à casa dos US$ 34 bilhões, sob o guarda chuva de 140 gestoras, ao final de 2009, último dado do Centro de Estudos em Private Equity e Venture Capital da Fundação Getúlio Vargas.

A precificação do seguro leva em conta o volume do patrimônio dos fundos, já que quanto maior o volume, maior a exposição ao risco. O outro fator é o tipo de atividade que as empresas em que o fundo vai investir atuam, que pode ser mais arriscada ou regulada.

Os órgãos reguladores, inclusive, são os maiores demandadores de indenizações de D&O, diz Rodrigues. "Fora do Brasil, a maior demanda é de terceiros pessoas físicas, como acionistas.

Já aqui são órgãos como a Receita Federal, o Banco Central, a CVM (Comissão de Valores Mobiliários) e o Ministério do Trabalho", lista o diretor da LIU. Por ser regulado pela CVM, o preço do seguro dos FIPs é mais alto, pois o risco regulatório é maior.

"Os gestores e administradores estão sujeitos à demanda dos cotistas, que nesses fundos são formados por investidores qualificados Renato Rodrigues, diretor da LIU, divisão de riscos especiais da Liberty Seguros.

FATURAMENTO
R$ 64 mi é o volume de prêmios de seguros de responsabilidade civil para administradores (D&O) que o mercado brasileiro acumulou de janeiro a maio deste ano, segundo dados da Susep.

FIPS R$
40 bi é o patrimônio total dos 89 fundos de investimento em participação (FIP), segundo a Anbima (Associação Brasileira das Entidades dos Mercados Financeiro e de Capitais).

AVANÇO
34% é o crescimento do volume de prêmios de D&O que o mercado brasileiro de seguros registrou entre janeiro e maio deste ano, se comparado a igual período do ano passado

PRIVATE EQUITY
US$ 34 bi é o volume de capital comprometido dos fundos de private equity e venture capital brasileiros, segundo dados de centro de estudo da Fundação Getulio Vargas.

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