Riqueza das famílias brasileiras cresceu para 1,9 trilhão de euros, diz Allianz
O levantamento da seguradora alemã divide a riqueza das famílias em quatro categorias: valores mobiliários, depósitos bancários, seguros e Previdência e outros
A seguradora alemã Allianz divulgou a nova edição do seu relatório anual de riqueza global e a notícia não é boa. Pela primeira vez desde 2008 os ativos financeiros das famílias caíram, em função das incertezas nos mercados financeiros. Entretanto, para o Brasil o cenário foi diferente. A riqueza das famílias brasileiras aumentou 10,6%, para 1,942 trilhão de euros.
Segundo a Allianz, por mais robusto que o crescimento brasileiro pareça, se comparado à tendência global, foi um dos aumentos mais fracos desde a crise financeira. A pesquisa divide a riqueza das famílias em quatro categorias: valores mobiliários (que no caso brasileiro cresceram 14% no ano passado), depósitos bancários (alta de 9,4%), seguros e Previdência (+6,9%) e outros.
“A eleição de Jair Bolsonaro foi boa para os mercados em 2018. Apesar do crescimento econômico modesto, a agenda reformista da nova administração tem ajudado a impulsionar a confiança dos consumidores”, diz o relatório da Allianz. Em termos de participação, 53% dos ativos das famílias brasileiras estão em valores mobiliários, 21% em seguros e previdência, 19% em depósitos bancários e 7% em “outros”.
De acordo com o estudo, a média do Brasil e da América Latina de investimentos em seguros é superior a de outras regiões do mundo, o que mostra uma estratégia de investimento mais avançada.
“A América Latina está à frente da curva, pois, em comparação com a Europa oriental e a Ásia, os sistemas de aposentadoria com capital próprio são muito mais avançados, mas o envelhecimento demográfico não poupará a região”, diz Michaela Grimm, uma das autoras do relatório. Segundo ela, ainda são necessários mais esforços na área de seguros e Previdência no Brasil e na região. “A digitalização deve ser vista como uma alavanca para oferecer soluções atraentes nesse campo. A América Latina precisa se preparar para o imenso tsunami demográfico.”
A Allianz também considera as dívidas das famílias, que no caso brasileiro ficaram em 2.953 euros per capta em 2018. Excluindo essa dívida dos ativos financeiros, a seguradora chega a uma renda per capita de 6.317 euros para o Brasil, bem abaixo do limite mínimo para ser considerado parte da classe média global, de 7,6 mil euros.
“Um dos maiores desafios da América Latina continua sendo atingir uma melhor distribuição de renda e riqueza na sociedade. Tanto na comparação global como quando medida em relação à média dos emergentes, a concentração de riqueza na América Latina é muito mais elevada”, diz o relatório.
Com base nos ativos financeiros líquidos per capita, o Brasil (com saldo de 6.317 euros) aparece no 39º lugar na lista dos países mais ricos do mundo em 2018. Os Estados Unidos são os primeiros (184.411 euros), seguidos de Suíça (173.838 euros) e Cingapura (100.370 euros).
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