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Detroits chinesas

De Raul Juste Lores no jornal O Estado de São Paulo:

A montadora chinesa Beijing Auto fez uma oferta para comprar a Opel, da GM, já rejeitada. A Ford quer vender a Volvo para outra chinesa, a Geely. A GM queria negociar a Saab com a Chery.

A Chrysler quer vender a Jeep para a Geely, e Warren Buffett, o segundo homem mais rico do mundo, virou sócio da montadora BYD.

A Renault assinou parceria com a Great Wall para produzir carros na Venezuela, e a Chery deve abrir uma fábrica no Brasil até 2011. Os primeiros carros da montadora começam a ser vendidos neste mês no país. Nunca ouviu falar de Geely, BYD, Saic, Chery ou Great Wall? Pois as desconhecidas marcas chinesas se tornaram a salvação de muitas montadoras em crise por terem dinheiro suficiente em caixa e potencial de crescimento hoje considerado único no mundo.

Em 2009, deverão ser vendidos 11 milhões de veículos na China, ante 9 milhões nos Estados Unidos. Apenas em junho, o crescimento foi de 36% no gigante asiático (entre carros de passeio foi de 48% ante junho de 2008). E as cifras não devem parar de crescer: as projeções do mercado falam em 18 milhões de veículos vendidos no ano de 2015 e em 32 milhões em 2025.

O potencial é enorme. Pequim e Xangai, juntas, totalizando 32 milhões de habitantes, têm 4,5 milhões de carros, menos que os 6 milhões de São Paulo. Há 9 veículos por 1.000 habitantes, enquanto a média mundial é de 38 por 1.000.

Os chineses começaram a trocar as bicicletas pelos carros a partir de 2000, quando a venda de veículos de passeio foi estimulada pelo governo. De 2000 a 2007, o crescimento foi de 20% ao ano.

Há 150 montadoras no país, mas 20 delas concentram 95% do mercado. O governo chinês considera a indústria estratégica e quer, no futuro próximo, ter pelo menos dez grandes marcas de porte global.

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