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Montadoras da China se preparam para invadir o Brasil

Fonte: Brasil Econômico

A lista de automóveis chineses no mercado brasileiro está crescendo quase no mesmo ritmo do mercado interno de carros da própria China. Em 12 meses, sete montadoras terão carros à venda no país.

Esta estimativa inclui ainda aquelas que já estão no mercado brasileiro e as que anunciaram o início das operações para breve.

Diante da agenda agitada desses lançamentos, o salão do automóvel de Pequim, que será aberto ao público na próxima segunda-feira (26), tornou-se uma vitrine para marcas chinesas serem vistas por importadores brasileiros.

A feira mostra quase mil modelos e cerca de 20 lançamentos, sendo a maioria voltada ao mercado interno chinês. Alguns dos carros sequer recebem nomes em caracteres ocidentais.

Apesar da maior atenção à China, o evento é visto como oportunidade para a apresentação dos novos veículos que desembarcam no Brasil até 2011, principalmente entre os carros de passeio.

Há na feira veículos comerciais que devem chegar ao país nos próximos meses, como novas versões da linha de minivans comerciais Towner. Depois de entrar no país com mais força nos carros comerciais, em especial as vans, os principais lançamentos virão nos veículos de passageiros.

O salão de Pequim mostra sete carros de passeio que estão para desembarcar no Brasil: quatro modelos da JAC que começam a ser vendidos no primeiro trimestre de 2011, uma réplica não autorizada do BMW Mini da Lifan, e três carros da Great Wall, sendo uma SUV, uma picape e uma minivan similar ao Kia Soul.

Desafios

Apesar da rápida expansão no portfólio de carros de passeio chineses no Brasil, tudo indica que o processo de aceitação nesta categoria é mais complexo do que nos veículos de trabalho.

O padrão de acabamento de muitos desses veículos chineses está bem abaixo do limite que o consumidor brasileiro está acostumado. Entre os estandes de fabricantes locais no salão, é comum ver veículos equipados com itens como airbags, ar condicionado e câmbio automático mas que, ao mesmo tempo, pecam pelo mau acabamento nas soldas, costuras dos bancos, e painel.

Em uma análise menos minuciosa, é fácil perceber que mesmo grandes montadoras chinesas como a BYD - a maior de capital 100% chinês - ou a JAC ainda insistem nos carros com design copiado de modelos estrangeiros. Isso restringe as opções de exportação, já que os importadores temem ser impedidos de comercializar esses carros por ações de propriedade intelectual.

As opções que os importadores brasileiros parecem procurar para superar esses problemas estão na tropicalização dos veículos ou no preço ultracompetitivo.

Indústria madura

Um terceiro caminho seria esperar o amadurecimento das montadoras chinesas. "Enquanto os japoneses levaram 30 anos para produzir bons carros e os coreanos gastaram 15, os chineses vão levar sete", analisa Sérgio Habib, ex-presidente da PSA Peugeot-Citroën no Brasil, que vai importar os carros da JAC.

Com uma meta ambiciosa de vender 36 mil carros em 2011, quando lançará a JAC no país, Habib conseguiu negociar diversas alterações nos modelos exclusivamente para o mercado brasileiro.

A montadora vai trocar o motor 1.5 do sedã médio J5 por um 2.0, por exemplo. O interior dos carros também está sendo redesenhado em um estúdio de design da JAC em Milão, na Itália.

Já os carros da Great Wall estão sendo importados pela CN Auto, a mesma que traz as vans das montadoras Jinbei e Hafei com as marcas Topic e Towner, respectivamente.

A expansão da brasileira que só importa veículos comerciais para os carros de passeio chineses é uma amostra do que está acontecendo no mercado.

A CN Auto também estuda importar carros de passeio da Brilliance, que é do mesmo grupo da Jinbei, e da Chana, que se fundiu com a Hafei no grupo Changhe.

"Estudamos o mercado com a CN Auto e podemos ter carros Brilliance no Brasil dentro de dois anos", diz o vice diretor geral da área de exportação da Brilliance, Shaodong Jia

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