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Seguradoras inovam para tentar expandir seguro residencial

Fonte: Midiaseg

Numa tarde qualquer, a alemã Frau Schmidt recebe em sua casa uma visita que, sem querer, derruba café em seu tapete persa. Ela aproveita o ensejo e manda lavar o tapete, que estava mesmo um tanto sujo. A seguradora recebe a conta de 135 euros e paga, sem qualquer questionamento.

O exemplo de Frau Schmidt é um dos preferidos do advogado e consultor Antonio Penteado Mendonça para mostrar quanto o seguro residencial pode ser desenvolvido e como pode atender as necessidades do consumidor, desde que as seguradoras mudem a forma de regulação do sinistro.

Na Alemanha, onde mais de 90% da população possui, há décadas, o seguro de responsabilidade civil "chefe de família" - um produto ainda pouco conhecido no Brasil -, as seguradoras, segundo ele, sabem do uso incorreto do seguro, mas preferem ignorá-lo a ter de gastar mais com a regulação do sinistro. "A seguradora não é boazinha. Ela apenas sabe que isso acontece, então precifica, ou seja, embute no preço do seguro, porque indenização existe para ser paga", diz.

Penteado Mendonça foi um dos palestrantes do Seminário "Considerações sobre Sinistros Massificados", realizado pela Associação Paulista dos Técnicos (APTS), nesta terça-feira, 13 de abril, no auditório do Sindicato das Seguradoras de São Paulo (Sindseg-SP). O evento, que foi coordenado pelo diretor da Jopema Reguladora de Sinistros, José Roberto Macéa, enfocou dois dos principais ramos de seguros, residencial e automóvel.

O cliente

Apenas 10% das 58 milhões de residências do país possuem seguro. No volume de todos os seguros, o residencial responde pela pequena fatia de 2,5%. Diante desses números, o superintendente da Allianz Seguros, Laur Diuri, aposta no grande potencial do ramo. Inclusive, porque o número de moradias deverá aumentar 2,7% ao ano, atingindo em 2016, ano das Olimpíadas, mais de 13,7 milhões de novas residências.

Mas, para alcançar todo esse potencial ele entende que o mercado de seguros deve alterar a forma de regulação e liquidação dos sinistros. Na Europa, segundo Diuri, as empresas que atuam na assistência ao seguro residencial têm autonomia para regular o sinistro e pagar até mil euros em indenizações, sem envolver o departamento de regulação das seguradoras.

Uma sugestão de Diuri para inovar nesse ramo é a prestação de serviços ao segurado, especialmente em casos de desastres naturais ou sinistros de grandes proporções. "Em regiões alagadas pela chuva, por exemplo, a seguradora pode localizar os seus clientes por meio de GPS e prestar assistência antes mesmo de receber o aviso de sinistro", propôs.

A sugestão de Diuri já vem sendo praticada pela Santader Seguros, segundo o diretor José Carlos da Silva. Durante sua participação no evento, ele apresentou diversos cases em que o Santander se antecipou à reclamação dos segurados nos casos de desastres naturais ou catástrofes.

Em um recente desabamento ocorrido na região do ABC, em São Paulo, por exemplo, a companhia localizou todos os seus segurados, por meio do CEP, e partiu para atendê-los antes mesmo de ser acionada por eles. "O caminho é mostrar que nos preocupamos com o cliente", disse.

Em outro caso exemplar, ele apresentou a iniciativa da Santander no sinistro de São Luiz do Paraitinga, município do interior paulista, com pouco mais de 12 mil habitantes, que ficou completamente submerso após ser atingindo por fortes chuvas no início deste ano. José Carlos contou que inclusive a agência do Santander que estava pronta para ser inaugurada ficou sob as águas.

"Enviamos uma equipe para lá e prestamos toda a assistência até mesmo para aqueles que não eram nossos clientes. Também não havia o que regular, já que tudo estava destruído. Então, procuramos nossos segurados e adiantamos parte da indenização", relatou

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