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Setor se divide sobre criação da EBS

Fonte: Valor Econômico


Entre as seguradoras, as opiniões sobre a intervenção estatal no mercado de seguros garantia se divide. Alguns como Alexandre Malucelli, presidente da J. Malucelli, a maior seguradora de garantia do país, e Luis Maurette, presidente da Liberty Seguros, acham desnecessária a criação de uma seguradora estatal específica para atuar no setor. Para esses executivos, o governo pode contar com capacidade no mercado internacional, que sempre deu conta da demanda mundial. Ou poderia utilizar instrumentos já existentes, como o IRB Brasil Resseguros que, na opinião de Malucelli, poderia ter seu capital reforçado.

Outros como o diretor da Itaú Seguros, Antonio Trindade, e da Zurich Seguros, Eduardo Pitombeira, concordam que faltará capacidade no mercado e que a intervenção estatal, dependendo do formato, pode ser um fator de equilíbrio. Eles acham que o governo tem que reforçar a capacidade de garantia de obras de infraestrutura por meio de um fundo garantidor. Concordo que existe necessidade de capacidade adicional porque daqui até o final, com Copa do Mundo e Olimpíadas, a demanda será ainda maior, disse o executivo da Zurich.

Segundo ele, a companhia suíça tem tanta convicção de que há demanda forte por seguro garantia que decidiu, no ano passado, investir no Brasil neste segmento. Há 20 anos no Brasil, a Zurich nunca tinha operado com garantia, mas em 2009 pediu e recebeu das autoridades autorização para abertura no país de uma resseguradora na modalidade admitida para operar em vários ramos, inclusive garantia. Esse veículo (a resseguradora) permite acessar nossa capacidade de US$ 500 milhões em seguro garantia por apólice, afirmou Eduardo Pitombeira, referindo-se ao volume de recursos que a seguradora mantém alocado na matriz para atender suas operações em outros países. Já no ano passado a Zurich estreou no segmento com a participação no consórcio que garantiu as obras da hidrelétrica do Rio Madeira e, segundo ele, tem uma lista de outros projetos em que pretende participar.

Segundo ele, a não vê com maus olhos a participação do governo com uma seguradora estatal ou um fundo garantidor, mas também concorda com outros especialistas que há alternativas no campo privado como, por exemplo, um programa para facilitar o ingresso de novos seguradores no país. A Zurich faturou US$ 645 milhões em prêmios de seguro garantia em 2008 (último dado disponível) e é a terceira maior companhia nesta modalidade de seguro nos Estados Unidos.

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