Apólice da Petrobras escapou da alta

Fonte: Brasil Econômico

Renovado em abril, antes do acidente da BP, seguro da estatal não sofreu impacto. Algum efeito deve ser visto no ano que vem A Petrobras tem uma apólice única de seguros, renovada anualmente em abril. Por conta disso, a alta não afetou o seguro contratado este ano, fechado junto a Itaú, Allianz e Mapfre, com valor segurado de US$ 94,9 bilhões.

Para o ano que vem, porém, pode ser sentido algum impacto.

Isso porque esse tipo de risco demanda muita capacidade de resseguro (seguro do seguro), cujo mercado é global. "Tivemos que colocar algumas renovações no mercado ressegurador depois do acidente da BP e sentimos as mudanças no preço", diz Angelo Colombo, diretor de Grandes Riscos da Allianz Seguros. Ele não fala, porém, sobre a apólice da Petrobras.

Segundo Fernando Pereira, vice-presidente executivo da corretora Aon, dependendo do gerenciamento de risco, a companhia pode conseguir que o aumento de preços não seja significativo.

Pré-sal O gerenciamento e o controle de risco, inclusive, serão preponderantes para o mercado oferecer capacidade para as operações do pré-sal, na avaliação de Sérgio Rocha, gerente de Ramos Elementares da filial do Rio de Janeiro da corretora Marsh. "O gerenciamento, porém, deve ser contínuo", completa Roberto Zegarra, especialista da Marsh em Gestão de Continuidade de Negócios e Riscos Estratégicos.

A exploração de petróleo em águas ultraprofundas ainda é uma interrogação, diz Rocha, pois se trata de um tipo novo de exploração. A primeira produção de petróleo na camada pré-sal da Petrobras ocorreu no dia 15 deste mês, no Campo de Baleia Franca, no Espírito Santo. Essas operações, inclusive, estão seguradas pela apólice fechada emabril.

"As operações do pré-sal em 2011 podem sentir bastante a consequência da alta dos preços", diz Colombo. "Os ciclos de alta por conta de um grande sinistro, porém, estão cada vez menores, haja visto o terremoto do Chile, do qual o mercado de seguros já está se recuperando."