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Investidor aplica mais em ações para previdência privada

Fonte: Folha de São Paulo

No primeiro semestre, captação de fundos que aplicam em renda variável cresce e supera o total de 2009 inteiro Tendência é que rentabilidade no longo prazo seja cada vez maior do que a dos fundos de renda fixa

O investidor brasileiro deu menos importância à alta circunstancial dos juros e à volatilidade do mercado acionário no primeiro semestre na hora de escolher seu plano de previdência privada.

Apesar da elevação da Selic (taxa básica de juros), que tende a aumentar a rentabilidade dos fundos de renda fixa, e da queda da Bovespa, que fez os fundos de renda variável amargarem perdas na primeira metade do ano, os fundos que aplicam em ações apresentam o maior crescimento em 2010.

É o que mostra levantamento da Andima (Associação Nacional das Instituições do Mercado Financeiro).

Os fundos balanceados, que acumularam perda de 4,02% no primeiro semestre, captaram R$ 1,886 bilhão no período, praticamente o dobro de tudo o que foi captado em 2009 (R$ 986,6 milhões).

Já os fundos multimercados, que perderam 1,97% de janeiro a junho deste ano, registraram entrada líquida de R$ 669,3 milhões nos seis meses, volume 33,66% maior que o total captado no ano passado (R$ 500,7 milhões).

Tanto os fundos balanceados como os multimercados podem investir até 49% do seu patrimônio em ativos de renda variável, como ações e derivativos.

A diferença é que os fundos balanceados precisam definir parâmetros para a rentabilidade buscada.

Os fundos de previdência que investem em renda fixa, mais conservadores, continuam sendo os preferidos dos brasileiros. Mas uma queda no volume de captação desses fundos indica que isso pode mudar.

Na primeira metade de 2010, esses fundos registraram entrada líquida de R$ 4,565 bilhões, o que equivale a apenas 21,43% do total captado em 2009 (R$ 21,301 bilhões). A rentabilidade acumulada no ano é de 4,01%.

ESTABILIDADE

A estabilidade da economia brasileira explica a maior procura por fundos de previdência privada que investem em renda variável.

Há uma tendência de aumento da rentabilidade das empresas -o que deve valorizar as ações- e de queda dos juros no país no médio e longo prazos.

A Selic atingiu o patamar histórico de 8,75% em 2009. Embora a taxa tenha voltado a subir neste ano (está em 10,25%, e a expectativa do mercado é a de que termine 2010 por volta de 12%), a previsão dos economistas é que ela volte a cair em 2011.

Mesmo na última década, em que os juros brasileiros permaneceram em patamares elevados, os fundos multimercados foram os que apresentaram a maior rentabilidade entre os seis tipos de previdência existentes.

De 2001 até junho de 2010, a valorização acumulada foi de 262%. Logo atrás ficaram os de renda fixa, com alta de 241%. A expectativa do setor é que a diferença entre os ganhos aumente.

"Se as premissas econômicas se confirmarem, e estou otimista de que vão, os juros devem cair. Logo, os brasileiros devem se arriscar um pouco mais, como ocorre lá fora", afirma Lúcio Flávio de Oliveira, diretor do Bradesco Vida e Previdência.

"Hoje não tem milagre. Ou a pessoa poupa mais ou se arrisca mais", diz Luís Martinez, diretor de Previdência da Icatu Seguros.

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