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Seguros de acidentes de petróleo subiram 20%

Fonte: Brasil Econômico

Vazamento da BP já levou a perdas estimadas de US$ 1,2 bilhão para corretoras
Thais Folego tfolego@brasileconomico.com.br

A explosão da plataforma Deepwater Horizon, da British Petroleum (BP), que provocou o vazamento de petróleo no Golfo do México, está mudando bastante o cenário de seguros para a área de energia, que inclui riscos com petróleo e gás. Segundo especialistas, o preço das apólices têm apresentado aumento de 20%, em média. Algumas seguradoras estão deixando esse mercado e a oferta está restrita, segundo relatório divulgado este mês pela corretora Willis, especializada em riscos de petróleo.

As perdas estimadas para as seguradoras com o vazamento no Golfo do México superam US$ 1,2 bilhão e esse já é considerado o pior sinistro para o setor na área de petróleo. Segundo levantamento feito pela corretora Marsh, a maior perda que teve impacto no mercado segurador, em termos de danos materiais, ocorreu em 1988, com a explosão de uma plataforma de produção e exploração de petróleo no Mar do Norte, no Reino Unido, com danos de US$ 1,6 bilhão, em valores corrigidos em 2009 (veja mais abaixo).

O sinistro da BP não figura sozinho no ano. No último dia 16, outro acidente, desta vez na China, despejou 1.500 toneladas de petróleo no porto de Dalian.

O uso inadequado de um catalisador provocou a explosão de um oleoduto da Petrochina, filial da estatal China National Petroleum Corporation (CNPC).

Em maio, houve a perda total de uma plataforma da companhia Aban Pearl, que afundou nomar do Caribe, na Venezuela.

"Os incidentes recentes, em particular o do Golfo de México, aumentaram a consciência do potencial de perda para todas as partes envolvidas. Como consequência, o seguro de responsabilidade civil para operações offshore apresentou aumento das taxas, assim como nos limites dos programas comprados", diz Axel Brohm, diretor de Insurance & Specialty da Swiss Re, uma das maiores resseguradoras mundiais. A sua perda na explosão da BP é de US$ 200 milhões. A resseguradora espera uma perda total do mercado segurador entre US$ 1,5 bilhão e US$ 3,5 bilhões.

Para plataformas de exploração de petróleo são demandados dois tipos de cobertura: riscos de petróleo (que cobre danos materiais às plataformas, navios, sondas e seus equipamentos, decorrentes de fenômenos da natureza, das operações, manutenção ou situações de guerra ou greves) e de responsabilidade civil, por danos causados a terceiros ou ao meio ambiente.

"Tanto os compradores quanto os vendedores de cobertura estão reavaliando seus apetites para o risco de petróleo offshore", diz Tobias Heister, chefe da área de Casualty&Marine da Munich Re do Brasil. A resseguradora registrou perda de € 60 milhões em danos materiais com o acidente da BP.

Com o declínio da capacidade ofertada, quem ficar nesse mercado quer um preço maior, diz Angelo Colombo, diretor de Grandes Riscos da Allianz Seguros.

"É a lei da oferta e da demanda", diz. Jacques Goldenberg, diretor de Riscos Empresariais da MDS Consultoria de Seguros e Risco, estima que esse ciclo de alta dos preços dure entre um e dois anos. "Num primeiro momento, o mercado fica receoso e reduz a capacidade, o que eleva os preços. Passados um ou dois anos, se nenhum grande sinistro acontecer, a curva da taxa começa a declinar", diz Goldenberg.

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A British Petroleum informou ontem que não havia tomado nenhuma decisão definitiva acerca do destino de sua diretoria, apesar dos rumores de que o diretor executivo Tony Hayward seria demitido por causa de sua má gestão no acidente do Golfo do México

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ACIDENTE BP
Perda para mercado segurador deve ficar entre US$ 1,5 bi e US$3,5bi

SWISS RE
Resseguradora perde, no acidente no Golfo do México,US$200mi

MUNICH RE
Prejuízo com danos materiais na plataforma da BP é de 60mi

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