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AIG discute com governo retorno à independência

Fonte: Valor Econômico

A American International Group (AIG), a companhia de seguros que transferiu para o governo dos Estados Unidos uma participação majoritária em troca de um socorro financeiro, está discutindo com as autoridades reguladoras o seu retorno à independência, informou na sexta-feira o executivo-chefe Robert Benmosche.

Iniciamos discussões com o governo dos EUA sobre o processo e os termos de uma saída completa do governo [do capital da companhia], disse Benmosche aos funcionários na sexta-feira, em um memorando. Dependendo do rumo das condições de mercado, que poderão continuar voláteis, esperamos fazer um progresso significativo em 2010 no pagamento ao Federal Reserve Bank de Nova York, e ao longo do tempo pagar totalmente todas as nossas dívidas com os contribuintes.

Benmosche está vendendo duas divisões de seguros de vida da companhia fora dos EUA, a AIA Group e a American Life Insurance Co. (Alico), para ajudar a pagar o socorro financeiro recebido em 2008, que chegou a US$ 182,2 bilhões. Benmosche também deverá melhorar os lucros dos serviços restantes de seguros de propriedades e contra acidentes e aposentadoria da AIG, para pagar totalmente o governo americano, que detém uma participação de quase 80% na companhia.

A seguradora enviou ao Departamento do Tesouro um plano que inclui a substituição da participação do governo por controle privado, segundo afirmou uma pessoa familiarizada com a proposta, que não quis se identificar porque ela ainda não foi finalizada.

A AIG pretende abrir o capital da AIA, depois do colapso de um acordo de US$ 35,5 bilhões para a venda da divisão à Prudential Plc. A AIG fechou acordo para vender a Alico para a MetLife por cerca de US$ 15,5 bilhões. Após vender as divisões de seguro de vida, a AIG ficará muito perto de pagar totalmente a dívida com o Fed, disse Benmosche em uma carta. A AIG deve separadamente quase US$ 50 bilhões para o Departamento do Tesouro, segundo um relatório de junho do Conselho de Supervisão do Congresso.

O diretor de reestruturação do Tesouro Jim Millstein disse em 26 de maio em uma audiência que, se os negócios essenciais de seguros da AIG ganharem cerca de US$ 8 bilhões por ano, a companhia terá recursos suficientes para pagar o governo americano. Essas unidades produziram um lucro operacional de US$ 2,2 bilhões no segundo trimestre, igualando os resultados dos primeiros três meses do ano, segundo informou a AIG na sexta-feira.

A ação da companhia fechou em alta de 2,58% na Bolsa de Nova York na sexta-feira, cotada a US$ 40,93. A ação acumula uma valorização de 36,5% no ano, recompensando os investidores que apostaram em sua recuperação.

O Tesouro americano está estudando um plano para converter ações preferenciais da AIG em ações ordinárias e vender as posições ao longo de dois anos, informou em abril uma pessoa a par das negociações com a seguradora. O plano poderá seguir os moldes da disposição pelo Tesouro da participação que ele assumiu no Citigroup no auge da crise financeira, informou a fonte.

A AIG anunciou sexta-feira lucro líquido ajustado de US$ 1,34 bilhão para o segundo trimestre, crescimento de 17% sobre o resultado do mesmo período do ano passado, para o qual contribuiu a melhoria das operações da companhia com seguros de vida nos EUA. O lucro operacional de US$ 1,99 por ação foi duas vezes maior que a estimativa média dos analistas consultados pela Bloomberg. A companhia está apresentando trimestres sucessivos de resultados satisfatórios, mostrando com isso que está retornando aos negócios normais, sendo que isso também ajuda a dar suporte às avaliações dos negócios, disse Robert Haines, analista da CreditSights.

O lucro operacional com os negócios de seguros de vida nos EUA quadruplicou ante o segundo trimestre de 2009, para US$ 1,05 bilhão, com a receita de investimentos aumentando por causa dos resultados de private equity e fundos de hedge. A AIG, que já foi a maior seguradora do mundo, foi resgatada pela primeira vez em setembro de 2008, pelo Fed. A tábua de salvação da companhia inclui linha de crédito de US$ 60 bilhões junto ao Fed, investimento de até US$ 69,8 bilhões da parte do Departamento do Tesouro e até US$ 52,5 bilhões para a compra de ativos atrelados a hipotecas controlados ou garantidos pela companhia.

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