Breaking News

Baixa renda é novo filão

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

O objetivo dos seguros populares e dos microsseguros é o mesmo: oferecer proteção a quem não pode - ou não quer - pagar muito. No entanto, segundo a Superintendência de Seguros Privados (Susep), a principal diferença entre os dois segmentos é que o microsseguro terá regras específicas e apenas quem se enquadrar nos quesitos definidos pelo governo poderá trabalhar no segmento. Já o seguro popular, apesar de também ser voltado para a massa, com um baixo custo, não depende de regulamentação própria.

"A ideia do governo é facilitar a oferta de microsseguro, concedendo incentivos às empresas que abraçarem a causa. É uma forma de ajudá-las a vender o produto a preços baixos, dando às camadas de menor renda acesso a um sistema de proteção", explica José Augusto da Costa Tatagiba, diretor-presidente da Capemisa, companhia que, há dois anos, especializouse na comercialização de seguros populares.

O presidente da Classic Corretora de Seguros, Rubens Nogueira Filho, também acredita que os incentivos ajudacarão a massificar a modalidade.

Segundo ele, um seguro residencial que custe um preço baixo no mercado popular vai custar o mesmo valor no microsseguro, cujo propósito é exatamente igual: oferecer proteção em larga escala.

"Se o governo realmente der estímulos, como desconto nos impostos, que não são baratos, logicamente todas as seguradoras vão aceitar vender este produto. Elas têm de aceitar, é socialmente correto, significa inclusão social", aposta o presidente da Classic.

De acordo com a Susep, enquanto ainda aguardam a regulamentação específica, os microsseguros não podem ser comercializados.

As seguradoras acreditam que a lei seja anunciada pela superintendência até o início do ano que vem. O órgão, no entanto, não confirma este prazo. "A regulamentação do microsseguro ainda está em análie e não há novidades no setor", informou a Susep por meio de sua assessoria.

A Bradesco Vida e Previdência está deixando tudo pronto para entrar no mercado assim que sair a regulamentação e encontrase em fase final de pesquisas sobre o segmento, além de se aproximar dele por meio de sua atuação no seguro popular.

Assim, a empresa lançou o Primeira Proteção Bradesco, com o objetivo de atender à demanda das classes C, D e E por um seguro que custa apenas R$ 3,50 mensais e tem o valor de R$ 20 mil em caso de morte acidental.

Além disso, inaugurou no início do ano duas agências nas favelas da Rocinha, no Rio de Janeiro, e Heliópolis, em São Paulo. Desde março, o produto já abrange todo o território nacional.

De acordo com o diretorexecutivo da Bradesco Seguros e Previdência, Eugenio Velasques, o objetivo foi testar uma linguagem mais simples e de fácil entendimento na oferta do produto, rompendo a desconfiança de que "as apólices são só para quem tem dinheiro e que os contratos são de difícil compreensão".

"É a primeira apólice da vida de muitas famílías", destaca.

No fim de julho, segundo o executivo, 300 mil apólices já tinham sido vendidas. "O produto faz parte do esforço da seguradora de difundir a modalidade para a população", comenta Velasques. "Fizemos uma pesquisa e decidimos colocar o nome \\'proteção\\' porque entendemos que ele é melhor visto do que a palavra \\'seguro\\' que, para as classes de menor renda, tem um significado muito mais complexo", afirma o executivo.

Segundo Velasques, do mercado potencial de 100 milhões de novos clientes dos microsseguros, ele acredita que cerca de 30 milhões já serão conquistados nos três primeiros anos após a comercialização ser liberada pela Susep. O restante dos consumidores deverá aderir no decorrer do tempo.

"É uma conquista paulatina.

Será necessário investir intensamente em marketing educacional, de forma a aumentar a boa percepção acerca da aquisição deste produto", afirma. "A intenção da Bradesco Vida e Previdência é vender de 3 milhões a 4 milhões de apólices de microsseguros por ano", acrescenta Velasques.

Para alcançar a meta, o executivo explica que diversas pesquisas de mercado deverão ser concluídas ainda este mês. Estas pesquisas objetivam observar os hábitos dos estratos mais pobres e identificar suas aspirações, de forma a entender também os principais riscos deste tipo de mercado. "A partir dos resultados das pesquisas, vamos definir como serão as coberturas e quais serão os canais certos para a comercialização das apólices", detalha.

Enquanto o microsseguro não entra em vigor, o mercado investe significativamente nos seguros populares. Segundo o presidente da Classic, Rubens Nogueira Filho, a empresa espera este ano cerca de R$ 65 milhões em prêmios, 80% dos quais relativos à receita com seguros populares.

A Capemisa também aposta no segmento, responsável por cerca de 70% do total de contratos vendidos que, de janeiro a junho, já ultrapassaram a marca de 1 milhão. Entre os produtos comercializados no segmento, o presidente da empresa destaca o Bilhete Premiado, um seguro que custa R$ 22 por ano e faz a cobertura de morte acidental.

Segundo ele, qualquer pessoa até 80 anos pode contratar.

"O diferencial do produto está nos sorteios, que são realizados semanalmente. O segurado paga menos de R$ 2 mensais e pode concorrer toda semana a um prêmio no valor de R$ 2.500", explica o presidente, José Augusto da Costa Tatagiba

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario