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Bradesco Seguros e Previdência de olho no microsseguro

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

A modelagem dos instrumentos do Bradesco Vida e Previdência no segmento de microsseguros entrará em fase decisiva este mês, quando estará concluído o longo ciclo de pesquisas iniciado pela instituição com o objetivo de montar um produto sob medida para este novo mercado.

"Nossa intenção é a de vender de 3 milhões a 4 milhões de apólices de microsseguro", explica o diretor do Bradesco Vida e Previdência Eugênio Liberatori Velasques.

"A partir dos resultados das pesquisas, vamos definir como serão as coberturas e quais serão os canais certos para a comercialização das apólices", detalha.

As estimativas para o valor do mercado de microsseguros no Brasil ainda flutuam muito, mas, para Velasques, o montante pode alcançar o equivalente a 7,5% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2020, ou cerca de R$ 50 bilhões.

"Há quem fale em 12% do PIB, que consideramos uma estimativa sonhadora, embora não impossível, dependendo de fatores tais como a regulamentação do microsseguro, comenta.

REGULAÇÃO. De acordo com Velasques, o tamanho do mercado vai, na verdade, ser definido pelo ato regulatório para o setor, que ficará a cargo da Superintendência de Seguros Privados (Susep).

Hoje, por exemplo, são necessários de 10 a 17 passos para concluir uma operação de venda de seguro, mas todo o processo poderia ser facilitado com o uso de meios eletrônicos.

Isso é particularmente importante no caso do microsseguro, já que fora dos meios eletrônicos dificilmente seria viável montar um produto com custo adequado à classe de renda ao qual se destina. Nos modelos indiano e sul-africano, os celulares são o veículo principal de comercialização e pagamento, porém na Índia e na África do Sul as ligações por celular pré-pago custam menos do que no Brasil.

"São questões deste tipo, tanto de regulação como tecnológicas, que terão de ser equacionadas no mercado como um todo", diz ele, apontando ainda que as empresas precisarão descobrir o caminho para fazer a oferta das apólices chegar até o cliente.

Pelo fato de ser um seguro com prêmio muito baixo, sua venda pela rede convencional de corretores deverá passar por fase de adaptação.

Velasques lembra que não existe, no Brasil, a tradição de comunidades terem o seu corretor, profissional ao qual todos recorrem e que poderia, em consequência, estar no centro do modelo de comercialização do microsseguro.

Enquanto não há a figura deste profissional, ele cita como um possível canal de comercialização vendedoras domiciliares de cosméticos, manicures, salões de beleza e outros pontos comerciais populares.

"O potencial do segmento é enorme e nós estamos nos preparando com muito cuidado para entrar nele, pois microsseguro não é um mercado que suporte erros", diz ainda Velasques, frisando que a entrada da seguradora no novo segmento é uma decorrência do próprio perfil do grupo Bradesco, altamente capilarizado. Em 2003, a seguradora começou a mirar as classes C e D, com sucesso, e em 2007 a Susep, conforme Velasques, fez "um chamado para microsseguro". "Para um grupo como o nosso, nada mais natural do que atender ao chamado."

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