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Grupo Aon cresce no Brasil em seguro de energia e pessoa física

Fonte: Valor Econômico

Estratégia Corretora, com forte atuação em grandes riscos, aposta no setor de benefícios

O grupo Aon, uma das maiores corretoras e consultorias de seguros do mundo, espera um forte crescimento da empresa no Brasil em apólices na área de energia, em razão dos quase US$ 300 bilhões em investimentos do setor previstos para os próximos cinco anos no país. A corretora aposta também nos seguros para pessoas físicas, segmento que já representa quase 45% do faturamento da Aon no Brasil.

O chairman da área de energia da Aon em Londres, Magne Seljeflot, emvisita ao país, está otimista com as obras que vêm sendo realizadas em infraestrutura e vê grande potencial de negócios para a corretora. Energia é hoje um dos carros-chefe da Aon no mundo e envolve tanto as operações de óleo e gás como também plataformas e refinarias. No ano passado, a Aon gerou em prêmios em energia cerca de US$ 1,5 bilhão, 33% do mercado mundial nessa área.

"A Aon está muito empolgada porque essa indústria (de energia) no Brasil vai movimentar mais de US$ 300 bilhões em investimentos nos próximos cinco anos. A capitalização da Petrobras, de US$ 70 bilhões (R$ 120 bilhões), demonstra a confiança que o mercado tem no Brasil", afirmou ao Valor Seljeflot no escritório da Aon em São Paulo. Hoje, o executivo participa de evento no Rio, para falar sobre o impacto dos grandes sinistros para o mercado (ver matéria nesta página).

Segundo o presidente da Aon no Brasil, José Felipe Vieira de Castro, embora os grandes riscos ainda representem mais de metade do faturamento da corretora no país, e esteja "no DNA da empresa", a chamada área de benefícios, onde estão incluídos o seguro-saúde, seguro de vida, previdência e acidentes pessoais, vem ocupando espaço crescente na receita do grupo.

Neste ano, cerca de 45% dos R$ 2,4 bilhões de prêmios esperados virão desses segmentos.

"É a área que mais cresce. É fácil perceber que toda a economia, inclusive a indústria de seguros, está voltada hoje para as pessoas. Cerca de 30 milhões ascenderam da classe D para a classe C. É mais gente comprando passagens aéreas, hospedandose mais, comprando mais televisão, mais carro e também mais seguro", diz José Felipe.

O grupo Aon atende a grandes empresas no país e, com isso, tem um canal importante para chegar à pessoa física. José Felipe dá um exemplo do trabalho da Aon nesse segmento: "Vamos aos funcionários de meus clientes e oferecemos um seguro-saúde ou odontológico. Fazemos o desenho desse seguro, propomos um tipo de cobertura e aí saímos ao mercado para buscar qual a melhor seguradora para oferecer o produto." Conforme o executivo, hoje, "não podemos ficar só no grande risco. Começamos a ter uma estratégia cada vez mais forte para atender o seguro de pessoa física".

Com 36 mil funcionários espalhados em 120 países no mundo e US$ 56 bilhões de prêmios no mercado de seguro mundial, a Aon, de acordo com Magne Seljeflot, elegeu o Brasil como um dos principais destinos de investimentos, ao lado da China e da Índia.

"A empresa investe muito nesses países, mas o potencial maior de crescimento está no Brasil" afirma. Seljeflot não teme mudança de rumo no país seja qual for o novo presidente. "Não há espaço para isso. O Brasil entrou num caminho sem volta." José Felipe, por sua vez, admite que o crescimento neste ano no Brasil será menor que o previsto inicialmente, mas acredita que a Aon retoma em 2011 os patamares expressivos de expansão mostrados em 2008 e 2009, quando a empresa aumentou os prêmios em 28% e 24%, respectivamente.

"Nos preparamos no final do ano passado para ampliar os prêmios em 25% este ano. Mas, como 2009 foi um período de apertar os cintos (em função da crise financeira), houve uma readequação", diz José Felipe. "Você não se ajusta para o crescimento que o Brasil está vivendo hoje de uma hora para outra." Segundo ele, para acompanhar a forte expansão do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que neste ano deve superar 7%, "é preciso abrir novas filiais, ter novas estruturas, confeccionar novos produtos".

Os 25% de expansão que eram esperados para este ano devem, conforme José Felipe, ocorrer já em 2011. "Estamos nos preparando para retomar esse ritmo." As parcerias com corretoras menores, espalhadas pelo país, também estão nos planos da Aon, como forma de atingir nichos específicos.

Após realizar uma série de aquisições nos últimos anos, o grupo pretende, neste momento, interromper as compras no Brasil. Já não existem, segundo José Felipe, boas oportunidades de negócios.

"Foram 12 aquisições em 10 anos." Umadas últimos e mais importantes foi a compra de 100% da carteira da Ticket Seg, empresadogrupo Accor que atua em saúde e previdência, que acrescentou à sua carteira atual de 1 milhão de beneficiários mais 200 mil. A Aon brasileira já tem 12 filiais espalhadas pelos Estados do país.

Outra razão da paralisação das compras no Brasil se deve à grande aquisição feita recentemente nos EUA. Em julho último, o grupo Aon adquiriu por US$ 4,9 bilhões a Hewitt Associates, para impulsionar as atividades de consultoria.

"O grupo está juntando o caixa de todas as operações mundiais para poder pagar a Hewitt. Nos próximos seis meses vou segurar um pouco" as aquisições no Brasil, afirma José Felipe.

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