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Sobe valor de suspeita de fraude em seguro

Fonte: Folha de São Paulo

Em 2009, os pedidos sob suspeição representaram 11,1% do valor total dos sinistros, contra 7,6% em 2006 Houve comprovação de fraude em 10,7% dos pedidos investigados; indenizações negadas somaram R$ 230 mi

De cada R$ 100 pedidos em pagamento de sinistro no ano passado, nas diversas modalidades de seguro, pelo menos R$ 11 são de casos com suspeita de fraude.

É o quarto ano consecutivo em que o valor envolvido nos sinistros com indícios de irregularidade cresceu, segundo relatório da CNSeg (Confederação Nacional das Empresas de Seguros).

A parcela de casos suspeitos de fraude representava 7,6% do valor dos sinistros em 2006, subiu para 9,9% em 2007 e 10,8% em 2008, até chegar a 11,1% em 2009.

Dos casos suspeitos em 2009, em 10,7% das ocorrências foram comprovadas fraudes, o que fez com que as seguradoras negassem R$ 230 milhões em indenizações no ano passado.

As ocorrências envolvem desde histórias de automutilação (seguro por invalidez) a atuação de quadrilhas especializadas. O montante global dos sinistros sob suspeição chegou a R$ 2,1 bilhões no ano passado, de um total de R$ 18,9 bilhões.

"Não dá para dizer, com certeza, se o aumento é decorrente de uma alta nas fraudes ou se representa um avanço nas formas de detecção das irregularidades. Acredito que seja uma melhora tecnológica na análise dos casos", diz Renato Pita, superintendente da Central de Serviços da CNSeg.

Segundo Pita, há ainda casos em que a fraude acontece e nem mesmo há a suspeita, dada a complexidade do processo. Há outros ainda em que há a detecção do problema, mas a seguradora não consegue comprovar a irregularidade.

"A seguradora tem a certeza da fraude, mas não consegue comprovar. Poderia perder judicialmente caso negasse a indenização."

Os custos envolvidos na investigação mais profunda das tentativas de fraude não são irrisórios. Segundo Pita, correspondem a cerca de 1% do valor total dos sinistros. Levando-se em consideração os números de 2009, isso chegaria a R$ 189 milhões.

"Por essa razão é importante trabalhar na educação dos consumidores, para mostrar que as fraudes acabam prejudicando os bons segurados", afirma.

As irregularidades, de acordo com a CNSeg, podem tanto ser cometidas por quadrilhas especializadas como se caracterizar como as chamadas fraudes de ocasião.

"Muitas vezes o sujeito já havia batido uma lateral do carro, se envolve em um acidente e bate a outra lateral, daí tenta colocar os dois sinistros em um só para pagar uma franquia", diz.

DIFERENÇAS

Há ainda diferenças nos tipos de ocorrência dependendo do segmento. O ramo de seguro para transportes de cargas é o que mais registra casos suspeitos (21,5% do total). "Aí, há uma "peneira mais larga" nas investigações", afirma Pita.

Em compensação, o setor de seguros de vida e acidentes pessoais tem o maior percentual de fraudes comprovadas (2,1%). "Há muitos casos de automutilação para obtenção de um seguro vitalício por invalidez", diz Pita.

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