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Trabuco vê descompasso no mercado de seguros

Fonte: Valor Econômico

O mercado de seguros privados no Brasil está em "descompasso" como tamanho da economia do país, de acordo com o presidente do Bradesco, Luiz Carlos Trabuco Cappi. "O Brasil é a oitava economia do mundo mas, na indústria de seguros, nós somos o 18o, 19o. Então existe um descompasso", afirmou.

Dados citados por ele mostram que o consumo médio per capita de seguros no país não passa de US$ 300 por ano, enquanto que, nas economias mais desenvolvidas, esses gastos chegam a US$ 2.000. "A possibilidade que temos de crescimento da indústria de seguro privado no Brasil é muito forte", disse, em evento promovido ontem pelo Instituto Brasileiro de Executivos de Finanças (Ibef-SP).

Trabuco citou que o setor é um dos dois principais eixos de negócios do Bradesco atualmente.

"Há [no banco] uma crença conjunta no mercado de seguros." O outro pilar seria a indústria financeira.

Em sua apresentação, o presidente do banco falou sobre o crescimento da bancarização no país. De acordo com ele, o Bradesco abre diariamente seis mil contas para consumidores das classes C, D e E. Ele previu que, nos próximos dez anos, devem ser abertas cerca de 100 milhões de novas contas bancárias no Brasil. "Se isso não acontecer, é porque algo não deu certo", disse Trabuco.

O presidente do Bradesco citou o potencial de crescimento do crédito imobiliário no país, lembrando que esses financiamentos representam apenas 4% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro, contra 12% na China e 14% na Índia. "Em alguns países, onde a alavancagem é exagerada, esse patamar chega a 47% do PIB", disse.

Trabuco afirmou ainda que as instituições financeiras estão realizando empréstimos de longo prazo "quando o funding é possível". "Estamos fazendo isso, mas dentro das possibilidades.

Os bancos têm que ser bastante cautelosos com o casamento entre ativos e passivos", disse.

O executivo afirmou que o custo de captação para as empresas brasileiras no exterior está em nível bastante adequado.

Com os estudos para o acordo de Basileia III, modelo que estabelece índices de solvência para o sistema financeiro mundial, Trabuco, estima que o compulsório no Brasil será reduzido. Ele argumentou que, enquanto no Brasil, o recolhimento junto ao Trabuco vê descompasso no mercado de seguros DANIEL WAINSTEIN \/ VALOR Trabuco: País é a 8aeconomia do mundo mas, na indústria de seguros, o 18o BC é de cerca de 50% dos depósitos à vista, em outros países, como na Inglaterra, esse percentual é de apenas 5%.

"Obrigatoriamente terá de haver uma convergência aos padrões internacionais", disse. "O compulsório no Brasil, nos Estados Unidos, na Europa e na Ásia terá de ser igual, já que a regra será válida para todos os países signatários do Basileia III", afirmou o presidente do Bradesco, ressaltando que tal medida será importante para equalizar o mercado financeiro internacional.

A uniformização do compulsório, de acordo com Trabuco, permitirá a formação de um "colchão de liquidez", o que pode minimizar o risco de novas crises como a vivenciada pelo mundo nos últimos anos. (Com Francine de Lorenzo, do Valor)

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