Breaking News

Obra deve gerar prêmio de US$ 5 bi

Fonte: Valor Econômico

Por conta de Copa do Mundo, Olimpíada e PAC em dez anos o Brasil terá pelo menos 3.500 projetos de construção e essa demanda está gerando euforia no mercado de seguros e resseguros.

Fabio Basilone, presidente da Cooper Gay, corretora de resseguros, prevê que as obras vão gerar prêmios da ordem de US$ 5,5 bilhões (R$ 9,35 bilhões) na década.

Isso significa 12% do que o mercado segurador brasileiro movimentou em prêmios em 2009 - R$ 76,688 bilhões.

Para garantir esse volume de negócios, o setor já se capitaliza para que a demanda seja atendida.

Resseguradoras como a Allianz e o IRB estão aumentando a oferta de coberturas nos últimos anos para que o mercado seja plenamente atendido. A própria Cooper Gay fechou contrato de US$ 1 bilhão com a Lloyd Re para oferecer às seguradoras no Brasil.

Basilone calcula que desses R$ 9,35 bilhões em contratos, 25% serão para os seguros e 75% para resseguros. Só para ter uma ideia, o mercado de resseguros movimentou em prêmios, em 2009, R$ 3,720 bilhões. "Por isso, criamos a capacidade antecipada para nos proteger e já atender o mercado".

Nos próximos três anos, o investimento previsto em infraestrutura será de R$ 274 bilhões, segundos dados do BNDES. Só para a Copa do Mundo, são estimados R$ 108 bilhões.

O IRB, que ainda mantém 63% do mercado brasileiro de resseguros, mesmo depois da chegada de concorrentes a partir de 2008, está dobrando a capacidade oferecida às seguradoras. José Farias, gerente comercial da empresa, diz que isso exigirá patrimônio líquido de R$ 1,5 bilhão, mas que não há motivos para se preocupar, já que a empresatemR$ 2 bilhões de patrimônio líquido, ou seja, ainda assim tem sobra de capital.

A empresa recalculou a capacidade de alavancagem de seu capital.

"Com estudo atuarial, foi demonstrado que poderíamos assumir mais riscos com nossos recursos financeiros." O objetivo final é garantir a liderança no mercado que agora está mais competitivo e tem 153 empresas.

Na Copa, o IRB já participa como resseguradora dos estádios Arena Fonte Nova, em Salvador, e do Verdão, em Cuiabá. A resseguradora nacional estima que o crescimento de 2009 a 2013 deva chegar a 19% ao ano para o seguro garantia, o mais pedido nestes casos no Brasil. Já o risco de engenharia deve se expandir a uma taxa anual de 14% e o de responsabilidade civil, em 12%.

Alexandre Malucelli, da J. Malucelli, diz que entre os eventos esportivos dos próximos anos, a Copa do Mundo é a que vai gerar mais negócios para os seguros garantia, na qual a companhia é especializada. "Vinte a trinta por cento do investimento serão feitos na reforma dos estádios. Ainda virão os aeroportos, portos, ferrovias e rodovias." Nessas obras há o risco de sobrepreço, quando a construtora erra o orçamento ou há atraso na conclusão.

Malucelli lembra que também há o risco de a construtora quebrar, mas afirma que esse é raro, já que no Brasil são grandes as exigências dos editais.

A empresa tem acordo com outras 14 resseguradoras do mundo e com isso sua seguradora ganhou, no Brasil, quatro vezes mais capacidade do que tinha antes da abertura do braço de resseguros.

Um problema apontado pela Allianz é a falta de mão de obra especializada no setor. Para resolvêlo, a seguradora está importando seus trabalhadores da matriz na Alemanha ou de outras filiais pelo mundo, principalmente de em locais que já enfrentaram desafios semelhantes.

"Os expatriados ficam no Brasil por dois anos, repassam o conhecimento e depois voltam para os seus países", conta Angelo Colombo, diretor de grandes riscos da Allianz. Há também funcionários brasileiros fazendo treinamento para a área de petroquímica nos Estados Unidos, de engenharia de grande porte na Espanha, de seguro de quebra de máquina na Alemanha, e risco financeiro em Paris.

A empresa também já criou sua própria resseguradora, AGCS e aumentou seu potencial de seguro em quatro vezes, afirma o diretor. Ele espera que sua experiência permita concorrer, por exemplo, no projeto do trem-bala. "A previsão é que sejam mais de cem quilômetros de túneis. Teremos um pool de resseguradoras." Outro mercado que também vai crescer é o de aviões. Flávio Basilone, da Cooper Gay, lembra que haverá aumento da demanda de voos. "Nenhum avião pousa ou levanta voo sem o seguro de responsabilidade civil."

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario