Seguradoras devem mostrar alta de 20% em seus lucros

Fonte: DCI

A Porto Seguro e a SulAmérica divulgarão os resultados do terceiro trimestre esta semana, nos dias 3 e 4, respectivamente. A expectativa do mercado é que o lucro líquido das companhias supere a casa dos R$ 100 milhões. Para todo o setor, a expectativa dos especialistas é de uma 'década de ouro', a partir do próximo ano.

Na opinião do analista da Fator Corretora, Iago Whately, os resultados das companhias devem vir bem em virtude do aquecimento do mercado, principalmente nos segmentos auto e saúde. "A Porto Seguro deve apresentar um lucro líquido de R$ 190 milhões e retorno sobre o patrimônio líquido médio (ROAE) de 21,8%. Já a SulAmérica deve ter um lucro de R$ 131 milhões e ROAE de 19,9%."

Whately destaca o aumento da venda de automóveis, modalidade em que a Porto Seguro tem maior atuação. "Entre 30% e 40% da frota têm seguro. Podemos ter um ganho potencial."

A Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) acredita que as vendas totais de veículos devem crescer 8,05% no ano, ante 7,82% em 2009. As vendas devem chegar a 5,132 milhões de unidades. Para o mercado de saúde, no qual a SulAmérica tem mais força, o analista entende que os seguros massificados nas empresas podem ser a chave para o crescimento. " O País vive um bom momento em termos de empregabilidade, o que faz com que as empresas busquem seguros saúde para os funcionários", ressaltou.

Quanto ao índice de sinistralidade que as duas companhias devem apresentar, Whately destacou que eles não devem ser muito altas no caso de veículos, uma vez que não houve grandes intempéries. "No ramo da saúde deve ser maior, mas não a ponto de prejudicar os resultados."

A partir desta segunda-feira, o mercado de ações deve contar com um novo papel, o da Brasil Insurance, holding de corretoras de seguro. A companhia captou R$ 644, 625 milhões em sua oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês). O preço por ação foi definido em R$ 1.350, no centro da faixa indicativa, que variava entre R$ 1.250 e R$ 1.450.

Década de ouro

O presidente da Classic Corretora de Seguros, Rubens Nogueira, acredita que o mercado segurador do Brasil deve ingressar na "década de ouro". "Sairemos de um patamar de 3,8% do Produto Interno Bruto [PIB] para uma participação entre 6,5% e 7% em um período de 7 anos. Isto significa que o setor crescerá entre 25% e 30% ao ano. Este ano a previsão é de 25% de crescimento."

Nogueira destaca ainda que, em conversas de bastidores, as multinacionais de seguros e as corretoras sentem que a participação do mercado brasileiro aumentou. "Antigamente, dentre uma lista de 50 países, o Brasil representava a quarta, quinta operação destes grupos. Hoje a história mudou e em alguns casos, o País é a segunda operação, perdendo apenas para matriz."

Outra prova de que o mercado nacional é atraente às grandes companhias, na visão dele, é que as empresas estrangeiras investem para alavancar operações ou para colocar a marca no mercado brasileiro. "A industria está movimentada. Ainda não vejo um cenário longo para consolidação."

De acordo com ele, a nova "vedete" das seguradoras deve ser em microsseguros, uma vez que existe uma nova classe C com 30 milhões de clientes potenciais. "A aprovação deverá acontecer quando o próximo presidente assumir. É possível que haja incentivos fiscais para fortalecer os seguros na menor renda."

Além destes fatores, destaca, Copa, Olimpíadas e shows também serão importantes fontes para seguradoras no Brasil.

Austral Seguradora

A Austral Seguradora, empresa do Grupo Austral, braço da Vinci Partners para o setor de seguros, acaba de receber a autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para operar no mercado brasileiro. Com investimento inicial de R$ 25 milhões, a companhia terá foco nos segmentos de seguro garantia e riscos de engenharia, priorizando projetos de infraestrutura como rodovias, ferrovias, aeroportos, projetos de energia elétrica, habitacional, construção naval.

Agentes de mercado afirmam que as seguradoras SulAmérica e Porto Seguro vão apresentar esta semana alta de 20% nos lucros do terceiro trimestre em relação ao ano passado.

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