Breaking News

EUA querem seguro maior na exploração de petróleo

Fonte: Valor Econômico

Grandes riscos: Projeto sugere compensação por danos ao meio ambiente

Um projeto de lei do governo Barack Obama, atualmente em análise no Congresso americano, poderá ter reflexos na contratação de seguros de empresas de petróleo e gás em todo mundo, inclusive no Brasil. Se aprovada, a nova lei vai obrigar as empresas a contratarem seguros para compensação por danos ao meio ambiente, elevando o valor limite dessa compensação, hoje de US$ 75 milhões. O projeto foi apresentado como resposta à explosão em abril de um poço de exploração da British Petroleum (BP) no Golfo do México, que causou o maior desastre ambiental da história dos EUA.

Os prejuízos estimados com a explosão do chamado campo Macondo já atingiram US$ 20 bilhões. Entretanto, o impacto no mercado segurador foi de apenas US$ 566 milhões, valor dos riscos colocados junto às companhias de seguros e resseguros internacionais. Do restante, parte será bancada pela própria BP e parte não é segurável - tudo o que fica abaixo da entrada do poço.

Eduardo Takahashi, coordenador da área de riscos de petróleo e gás da Marsh Corretora, diz que se as petroleiras americanas tiverem que contratar seguros obrigatoriamente, e ainda elevarem o valor da compensação, pode ficar complicado o cenário para o setor em todo mundo, inclusive para a demanda que vai surgir no Brasil com a exploração do petróleo na camada do pré-sal.

O problema, diz este especialista, é que, se aprovado o projeto, a necessidade de cobertura das empresas americanas poderá subir a ponto de esgotar a capacidade mundial de seguros de riscos de petróleo e gás, que hoje é de US$ 4,5 bilhões, para operações em terra (onshore) e US$ 3,5 bilhões no mar (offshore). Vai criar uma demanda nova, com mais custo para os clientes, diz Takahashi.

Em se tratando de petróleo e gás, o Brasil está quase que totalmente exposto à capacidade do mercado segurador internacional, já que são poucas as seguradoras locais que operam com este risco. Por isso, na opinião de Takahashi, poderá enfrentar dificuldades para contratação de seguros para suas operações no setor.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario