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Previdência: Aplicação em renda variável é tímida

Fonte: Valor Econômico

Hoje, a maior parte dos recursos aplicados nos planos de previdência está em títulos públicos. Do total de R$ 167,5 bilhões presentes nos produtos nacionais, PGBL e VGBL, por volta de 26% estão alocados em fundos compostos que podem ter até 49% dos recursos investidos em renda variável.

"Mais de 90% das reservas da previdência no Brasil estão em títulos públicos. Como comparação, 60% das reservas do setor de previdência privada do México estão em renda fixa. No Peru, o percentual é de 20% e na Colômbia, 45%. No Chile, menos de 10% concentram-se em papéis do governo. O restante é aplicado em renda fixa privada, renda variável e em investimentos feitos no exterior para a diversificação do risco", afirma o chefe de operações da Principal na América Latina, Robert Walker.

A Principal administra US$ 300 bilhões aplicados em produtos de previdência, distribuídos pelos EUA e América Latina. No Brasil, o Principal Financial Group (PFG) detém 50,01% do capital votante da Brasilprev.

Devido à alta concentração em títulos públicos, o setor de previdência privada no Brasil se manteve ileso durante a crise financeira global. No entanto, com a tendência de queda da taxa de juro nos próximos anos, é hora de pensar na renda variável. Na teoria, no longo prazo, a rentabilidade do investimento em ações costuma superar a da renda fixa.

"Há muitos anos, insistimos no discurso do tempo de investimentos nos planos de previdência e na exposição dos recursos da pessoa física a diferentes indexadores. A diversificação é imprescindível para a redução dos riscos", afirma o vice-presidente de planejamento e vendas da Icatu Seguros, Luciano Snel.

Do total aplicado nos planos de previdência na Icatu, 60% estão em fundos com renda variável. Os 40% restantes, em renda fixa. A gama de produtos da seguradora envolve mais de cem diferentes planos (VGBLs e PGBLs). Há cerca de 15 gestores de recursos independentes.

A aplicação em renda variável exige permanência de longo prazo. A maior parte dos clientes da Icatu, 62% do total, fez a opção pelo sistema de tributação regressiva nos planos.

Uma fatia grande, 76,5% dos R$ 75 bilhões de reservas dos clientes da Bradesco Vida e Previdência está em renda fixa. Os aplicadores ainda estão assimilando a opção pela renda variável. "Aos poucos, aumentam o risco com muita cautela", afirma o presidente da empresa, Lúcio Flávio de Oliveira. Do total de novos clientes da instituição, 27,9% têm optado pela tributação regressiva.

Os investidores não costumam avaliar o percentual de investimentos em renda variável ou fixa. Para driblar essa inércia, foi criada a linha chamada ciclo de vida, que faz a migração automática dos recursos aplicados em renda variável para a renda fixa, à medida que se aproxima a data de resgate.

No Brasil, o montante alocado nesse modelo não ultrapassa um dígito da reserva total, mas está crescendo. Na Brasilprev, os aportes nos fundos ciclo de vida estão disponíveis até nos planos para menores. Há três datas alvo para esses produtos: 2020, 2030, 2040. Os mais jovens ingressariam no produto de data mais distante, onde a parcela atual de investimentos em ações é maior: até 49%. Com o passar dos anos, ocorre a migração automática dos investimentos para a renda fixa.

De janeiro a setembro, do total das novas vendas do Brasilprev Júnior, 41% optaram pelos fundos ciclos de vida, contra 24% no mesmo período de 2009. Do volume de recursos nos planos de previdência da Brasilprev, 79% estão em renda fixa. Apenas 21% em fundos compostos, diz o presidente da seguradora, Sérgio Rosa.

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