Breaking News

Adesão a planos de saúde deve ser recorde

Fonte: O Globo

Expansão da classe média fez setor crescer 6,3% até setembro do ano passado

A combinação entre o aumento da renda da classe média brasileira e a criação de mais postos de trabalho leva governo e setor privado a apostarem que 2010 apresentará a maior taxa de crescimento de beneficiários de planos de saúde da última década. Dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) mostram que, nos nove primeiros meses do ano passado, a adesão subiu 6,3%. Isso significa um acréscimo de cerca de 2,6 milhões de usuários.

Técnicos da ANS informaram que ainda não têm dados concretos sobre os fenômenos que levam à expansão acelerada do mercado. Isso porque o cadastro dos beneficiários da saúde suplementar não contém informações de natureza socioeconômica dos usuários. Mas as empresas do setor têm sua explicação e comemoram. Segundo estimativas do governo, foram criados cerca de 2,5 milhões de empregos no ano passado.

— Mais de 80% dos planos são coletivos. Portanto, evidentemente, a procura está ligada à geração de empregos. O país está economicamente bem e as pessoas estão ganhando mais — diz o presidente da Associação Brasileira de Medicina de Grupo (Abramge), Arlindo de Almeida.

Porém, ele diz que os preços desse tipo de serviço — controlados e, portanto, sem grande influência na inflação — deveriam ser mais baixos, para atender às camadas de menor poder de compra. Classes mais baixas, ressaltou, não conseguem contratar plano de saúde.

— O crescimento tem sido de 5%, mas ainda é baixo. O problema é que somos proibidos de dar coberturas diferenciadas. A única coisa que podemos dar de diferencial é apartamento no lugar de enfermaria e uma rede credenciada maior ou menor — afirma o presidente da Abramge.

Quanto maior a demanda, maior o número de reclamações. Segundo o Instituto de Defesa do Consumidor (Idec), as empresas de plano de saúde lideram a lista de denúncias dirigidas à entidade. Em 2009, pelo décimo ano consecutivo, o setor mais reclamado no Idec foi o de planos de saúde, com 22,38% das ocorrências.

Os temas mais questionados sobre o setor foram: reajustes abusivos (inclusive anuais, por aumento de sinistros e por mudança de faixa etária) e as negativas de cobertura (cirurgias, próteses e órteses). Outra questão que rendeu muitas reclamações em 2009 foi a saúde financeira das operadoras.

Nenhum comentário

Escreva aqui seu comentario