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Aumenta a participação dos seguros massificados

Fonte: Valor Econômico

Estratégia: No Santander, já são 40% dos prêmios; setor cresce 25% ao ano

Os seguros massificados, de baixo valor e voltados à população de baixa renda, têm peso cada vez maior no faturamento do setor. As apólices que oferecem proteção financeira nas operações de crédito, contra o roubo e perda de cartão e a chamada garantia estendida, oferecida na compra de aparelhos eletrodomésticos, chegam a representar 40% da receita em prêmios de grandes seguradoras brasileiras. Bradesco e Santander apostam cada vez mais nesse segmento, com novos produtos e acordos com redes de varejo. E estrangeiras como as americanas Marsh Affinity e Assurant também descobriram o potencial dessa área no país e vêm aumentando investimento nos massificados.

Na Santander Seguros, os produtos massificados já representam cerca de 40% dos negócios da empresa, que faturou o ano passado R$ 1,8 bilhão com a venda de apólices. Nesse valor, estão incluídos ainda seguros de vida, de acidentes pessoais e os residenciais. Apenas os massificados representaram cerca de R$ 700 milhões do total. Começamos a atuar nesse segmento entre 2004 e 2005 e, desde então, os massificados têm crescido numa média de 20% a 25% ao ano, afirma Gilberto Duarte de Abreu Filho, diretor da Santander Seguros. O executivo prevê que essa mesma expansão será mantida em 2011.

Um dos carros-chefe da Santander é a proteção financeira, oferecida ao cliente no momento em que ele toma uma linha de crédito. No caso de desemprego, por exemplo, a apólice cobre a prestação do cliente. O nosso principal canal de venda são as agências bancárias, diz Abreu Filho. A companhia opera também através de parcerias no varejo, onde a garantia estendida tem forte participação.

São esses acordos que têm garantido à Bradesco Seguros um crescimento expressivo na comercialização dos produtos massificados. A expansão do faturamento dos seguros em parcerias em 2010 foi de cerca de 38%, segundo projeções do diretor executivo do grupo Bradesco Seguros, Eugênio Velasques, e pode crescer ainda mais neste ano. A companhia faturou no ano passado em torno de R$ 700 milhões com as parcerias, com 14 milhões de segurados. Tivemos uma venda forte no final do ano. Atualmente, a Bradesco tem 21 parcerias com grandes lojas de departamentos, de eletrodomésticos, livrarias e drogarias, e está negociando 40 novos acordos, conforme Velasques.

A Bradesco coloca sob o guarda-chuva dos massificados três modalidades de seguro: os de baixo valor, onde se incluem a proteção financeira e a garantida estendida; os populares, também com prêmios reduzidos, mas voltados às chamadas classes C, D e E; e o microsseguro, que ainda depende de uma regulamentação específica. Embora os massificados representem hoje só 15% do total da receita de prêmios do grupo em 2010, que somou cerca de R$ 20 bilhões, têm ocupado espaço e devem crescer na faixa dos 20% a 25% em 2011. Em número de segurados, os massificados têm peso importante. São 22 milhões, que pagam menos de R$ 20 por mês, e 9 milhões, que desembolsam apenas R$ 10, diz Valasques. O total de segurados do grupo é de 37 milhões.

Na Marsh Affinity, divisão da corretora Marsh no Brasil, os seguros massificados responderam por 25% do volume financeiro em 2010, cerca de R$ 500 milhões do total de R$ 2 bilhões em prêmios da empresa, segundo Paulo Kudler, diretor comercial. A unidade brasileira tem importância estratégica nos planos da Marsh McLennan Companies (MMC), uma das maiores corretoras do mundo, que movimentou US$ 11 bilhões em prêmios em 2010.

Temos planos agressivos de crescimento para os próximos anos. Em 2011, a expectativa é crescer por volta de 15% em prêmios, para R$ 600 milhões, diz Kudler. Segundo ele, os produtos massificados mais procurados pelos clientes - a Marsh Affinity fechou o ano passado com 6 milhões de segurados - são o seguro de vida, o de perda e roubo do cartão e a apólice contra o desemprego. O crescimento do seguro massificado tem sido muito grande, até pela evolução do consumo no país. Há maior contato da população com seguros através dos canais de distribuição. Esses canais, conforme Kudler, são empresas telefônicas, companhias de energia, empresas de cartão de crédito e financeiras.

A meta da Assurant, ligada ao grupo americano, é ainda mais ambiciosa. Queremos dobrar a receita com prêmios a cada três anos, afirma Carlos Elias, diretor de marketing da Assurant. Em 2010, a empresa, hoje com 13 milhões de seguradoras ativos, fechou com uma arrecadação de prêmios de quase R$ 300 milhões, nas estimativas de Elias. Neste ano, o crescimento deve ficar em 20%.

No Brasil desde 2002, a Assurant, que nos EUA opera em quatro áreas de negócios, trouxe para o país apenas a Solutions, na qual oferece a garantia estendida, de aparelhos eletrônicos e móveis, e apólices de acidentes pessoais e de vida. Há 10 anos, fizemos um planejamento estratégico. Vimos no Brasil uma oportunidade de crescimento.

A garantia estendida responde por 50% dos prêmios da seguradora no Brasil. As parceiras com redes de varejo, como Pernambucanas, Marisa e Ricardo Eletro, são o principal canal de venda. A Assurant tem presença forte no Nordeste, em acordos com a Rabelo, no Ceará, e G. Barbosa, em Aracaju. A Assurant fez recentemente parceira com a Equifax, que faz avaliação de risco de crédito, para diversificar os pontos de venda. A nossa ideia, com o acordo, é penetrar no pequeno varejo, ter uma plataforma para chegar ao lojista.

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