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Brasil mais seguro

Fonte: Brasil Econômico

Mauro Batista / Presidente do Sindicato das Seguradoras do Estado de São Paulo

Há alguns anos, quando comparávamos o mercado segurador nacional como de outros países mais ricos, a impressão quase sempre era de que faltava muito para se avançar por aqui. Sabíamos das necessidades de investir em profissionalização, em diversificar as apólices e fortalecer o setor como parceiro da sociedade. Hoje, mesmo sabendo dos desafios que inda temos pela frente, o Brasil já se destaca no cenário internacional, sendo uma liderança que virou referência até mesmo para mercados mais experientes.

Podemos notar este avanço, inclusive, por diversos números. Desde que o Plano Real entrou em vigor, o segmento aumentou a participação no PIB de menos de 1% para um total acima dos 3,5%. E sabemos que existe potencial para dobrar esta cifra nos próximos anos. Na América Latina, somos o maior mercado segurador, com quase 120 empresas seguradoras, 200 mil empregos diretos e movimentação da ordem R$ 123 bilhões de faturamento em 2010. Se observarmos o acumulado entre janeiro e outubro, o faturamento teve um crescimento de 15,6% sobre os dez primeiros meses do ano passado. Só de indenizações, foram mais R$ 28 bilhões que retornaram para a sociedade, em pagamentos de sinistros.

Para 2011, a expectativa é de que a movimentação chegue aos R$ 139 bilhões e as reservas totais do mercado atinjam R$ 330 bilhões, sem considerar os possíveis efeitos de crescimento com novas obras vultosas e dos microsseguros.

As explicações para esse possível crescimento são várias: maior poder aquisitivo das classes sociais, maior consumo, investimentos em infraestrutura, grandes eventos esportivos. No caso da Copa do Mundo de 2014, dos Jogos Olímpicos de 2016 e das obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), pode-se acrescentar que o setor está bastante maduro e certamente atenderá às demandas dos seguros de responsabilidade civil e garantias. Estas grandes obras certamente trazem grandes riscos e por isso o seguro é indispensável, especialmente as apólices de garantia contratual. Temos a certeza de que a tendência é de que eles sejam grandiosos daqui para a frente.

Vale destacar os seguros massificados. Ligados ao consumo e incentivados pelo aumento do emprego, da renda e do crédito, eles incluem cobertura de pessoas em viagens, dentro e fora do país. Em 2010, este ramo somou R$ 28,9 milhões entre janeiro e outubro.

Diversificar e incluir outras classes sociais no rol de produtos oferecidos faz parte da natureza da atividade seguradora. As empresas têm se atentado a isso e esforços estão sendo feitos para a inserção do microsseguro. Produtos como seguros de vida, acidentes pessoais, prestamistas (entre outras coisas, protege contra inadimplência no crédito) e assistência funeral são os principais candidatos para esse segmento, além dos riscos patrimoniais. A viabilização dos chamados microsseguros aguarda aprovação do Congresso Nacional ainda em 2011.

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