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Casado, sem filho jovem e com garagem paga menos seguro de carro

Fonte: Jornal da Cidade - Bauru - SP

Todo proprietário de veículo sabe o quanto pesa no bolso pagar um seguro. Ainda que em Bauru o valor da apólice seja um dos mais baixos do Estado, o preço pago à seguradora pode cair bastante se o segurado for mulher com mais de 25 anos e que não tenha filhos entre 18 e 25 anos. Mas o seguro para as demais pessoas que não se encaixam neste perfil também pode reduzir se informar em questões consideradas por muitos nem tão importantes, como o fato de ser casado ou casada ou viver em união estável e ter garagem para guardar o veículo.

Conforme explica o diretor regional do Sindicato dos Corretores de Seguros (Sincor), Fernando Antonio Kauffman Alvarez, o valor do seguro pode variar muito e depende não apenas do modelo do veículo, mas também dos hábitos e características de seu proprietário. Se ele é casado ou mantém uma união estável com um companheiro, por exemplo, o preço cobrado é imediatamente reduzido.

Ser mulher, ter mais de 25 anos e não ter filhos com idades entre 18 e 25 anos também derruba o preço da apólice. A idade do principal condutor do veículo ou de seus filhos conta muito porque o risco de acidentes se torna muito maior pela inexperiência ao volante. E também porque jovens solteiros costumam sair nos finais de semana, ingerir bebida alcoólica. É um perfil que aumenta a probabilidade de o seguro ser acionado , detalha.

Se o proprietário possui garagem fechada para guardar o carro ou mora em condomínio fechado, também ganha um desconto. Outro abatimento também pode ser concedido se o local de trabalho ou de estudo do segurado possuir estacionamento próprio. E se o carro não for um instrumento de trabalho, o valor cai mais ainda , acrescenta Alvarez, ressaltando que os proprietários que se enquadram em alguma dessas condições, mas não as comunicou ao corretor no momento de assinar o contrato, deve procurar a seguradora para corrigir as informações.

De todo modo, independentemente de qual seja o perfil do segurado, a recomendação é sempre fornecer dados corretos. Declarações falsas ou inexatas dadas com o objetivo de burlar a seguradora para baratear o seguro podem acarretar a perda da cobertura do seguro quando o sinistro precisar ser acionado.

Fraudes

Segundo alerta Rodolfo Vera, gerente comercial de uma corretora de seguros de Bauru, toda seguradora possui um departamento para realizar estudos no sentido de evitar fraudes nos contratos. Elas têm condições de fazer cruzamento de dados por meio do CPF, o local de trabalho da pessoa. Se a seguradora concluir que o segurado agiu com má fé, o pagamento do seguro pode ser negado , salienta.

Outra orientação para não pagar tão caro pelo seguro é estar atento para a escolha do veículo antes de comprá-lo. De maneira geral, os modelos mais vendidos do mercado costumam ter os preços de seguro mais altos. Para se ter uma ideia, somente entre carros populares que custam, em média, R$ 30 mil, o valor da apólice pode variar de R$ 940,00 a R$ 1,6 mil.

Essa diferença ocorre porque, quando um modelo de veículo é muito vendido, suas peças no mercado negro começam a ser mais requisitadas e, por este motivo, ele se torna o principal alvo de ladrões. Como consequência, o seguro sofre um acréscimo considerável , revela Vera.

Como forma de obter o menor valor de seguro, Alvarez destaca ainda ser imprescindível a pesquisa de preço entre seguradoras. Ele ressalta, entretanto, que o indicado é sempre contar com a figura de um corretor na hora de escolher o melhor plano, inclusive para não sofrer com surpresas desagradáveis no momento em que o sinistro tiver de ser acionado. Um seguro mal vendido em uma instituição que não conta com a orientação de um corretor de seguros pode dar muita dor de cabeça posteriormente , ensina.

Variação pode chegar a 1.276%

Dependendo do perfil do proprietário do veículo e do modelo do carro que ele possua, o valor do seguro pode variar até 1.276% em Bauru. A pedido do JC, seguradoras realizaram um levantamento dos automóveis que contam com cobertura de seguro atualmente em circulação na cidade e os preços pagos por seus proprietários oscilaram de R$ 940,00 a quase R$ 11,9 mil, uma variação de 1.276%.

Se a pessoa for solteira, jovem, pressupõe-se que ela tenha um perfil menos conservador, que sai para a balada, bebe e dirige perigosamente. É um perfil ruim. Tudo que denote redução de segurança, de proteção para o carro, faz com que o preço da apólice seja encarecido , explica um corretor de uma empresa da cidade, que preferiu não se identificar.

Se forem considerados apenas modelos de veículos com mesmo nível de preço e um mesmo perfil de usuário, a variação no valor do seguro ainda é grande, de cerca de 70%. Já a simulação de um mesmo modelo, mas com condutores de perfis diferentes, aponta que o custo da apólice pode variar em até 40%.

Seguro em Bauru é um dos mais baixos

O valor cobrado pelo seguro veicular em Bauru é um dos mais baixos do Estado. De acordo com simulação realizada por corretoras de seguro da cidade a pedido do JC, as empresas de municípios como Bauru, Botucatu e Marília estão entre as que menos cobram para prestar o serviço.

Para se ter uma ideia, em uma situação hipotética em que o segurado é um homem casado com 33 anos, o preço da apólice na Capital fica 24% mais caro do que em Bauru. Já em relação a municípios como Piracicaba e Americana, o valor chega a ser, respectivamente, 107% e 150% maior do que o praticado na cidade.

Assim como nas regiões metropolitana de São Paulo e de Campinas, a área do Grande ABC também apresenta preços bem mais salgados do que os locais. Enquanto em Bauru o seguro de um veículo Astra, em que o proprietário possui o mesmo perfil utilizado acima, fica em torno de R$ 2,3 mil, em São Caetano do Sul cidade com cerca de 150 mil habitantes - o valor sobe para R$ 4,3 mil.

Rodolfo Vera, gerente comercial de uma corretora de seguros de Bauru, explica que, além do perfil do segurado, do modelo do veículo e da seguradora contratada, o custo do seguro sofre variação também por conta dos índices de furto e roubo registrados em cada cidade. E, por este motivo, os valores em Bauru estão tão abaixo da média.

Conforme dados da Secretaria de Segurança Pública do Estado de São Paulo, enquanto a cidade somou 546 roubos e furtos de veículos entre janeiro e setembro do ano passado, Americana, por exemplo, contabilizou 1.049 registros no mesmo período e São Caetano do Sul, 1.365 ocorrências. O preço fica mais caro nessas regiões porque, além de o risco de roubo ou furto ser maior, a demanda pelo seguro também é muito mais intensa. Nesses locais, as companhias nem precisam correr atrás de clientes e, aí, o preço sobe mesmo , analisa Vera.

Segundo um corretor consultado pela reportagem e que preferiu não se identificar, a região de Campinas, que inclui os municípios de Piracicaba e Americana, é campeã destes índices de criminalidade por ser rota de saída de carros roubados e furtados para outros Estados brasileiros. Acredito que seja pela quantidade de rodovias naquela região e também porque a fiscalização é precária. Já em Bauru os índices de furtos e roubos são muito pequenos , afirma.

Atravessar enchente pode invalidar seguro

Em dias de chuva, o motorista deve agir com cautela se não quiser correr o risco de arcar com enormes prejuízos. Caso ele decida atravessar uma área alagada por enchente e o veículo for danificado, poderá perder a cobertura do seguro justificadamente.

Conforme destaca Rodolfo Vera, gerente comercial de uma corretora de seguros de Bauru, se a seguradora conseguir provar que o condutor não foi surpreendido pela inundação e tentou enfrentá-la mesmo assim, o pagamento do sinistro poderá ser suspenso. E a seguradora tem como verificar a veracidade desta informação, mesmo que o segurado negue ter agido com imprudência , alerta.

Desde 2004, a Superintendência de Seguros Privados (Susep), órgão que fiscaliza as operações de seguro, determinou que todos os planos básicos com cobertura contra colisão, incêndio e roubo se responsabilizem também por submersão total ou parcial do veículo em água doce, inclusive se ele estiver guardado no subsolo. Quando atingido por uma enchente, o automóvel deve ser submetido à avaliação de um técnico credenciado pela seguradora, que avaliará se o veículo pode ser recuperado ou se houve perda total - decretada quando os danos superaram 75% o valor do carro.

Quando a água fica abaixo do painel, às vezes é passível de recuperação, mas quando o motor é afetado, é considerada perda total , explica um corretor de outra empresa da cidade, que preferiu não se identificar. Segundo ele, os alagamentos registrados nas últimas semanas na cidade já encareceram os preços praticados pelas seguradoras, que costumam corrigir os valores ao menos uma vez a cada mês.

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