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Disputa por talentos chega às seguradoras de grandes obras

Fonte: Valor Econômico

Proximidade da Copa e da Olimpíada cria demanda por especialistas na área de infraestrutura.
Por Vívian Soares , de São Paulo

O mercado de seguros para grandes obras está impulsionando a contratação de profissionais especializados em 2011.

A proximidade de eventos como a Copa do Mundo e a Olimpíada, além de obras de infraestrutura relacionadas a transportes, logística e ao pré-sal, está atraindo investimentos para o país e causando uma guerra de talentos por profissionais com conhecimentos e experiência em seguros e resseguros.

A demanda hoje, segundo os especialistas, é pelo menos 30% mais alta em relação aos últimos doze meses. Como o mercado brasileiro ainda não é maduro nesse segmento, há pouca mão de obra formada. A solução encontrada, além de "roubar " pro fissionais da concorrência, tem sido trazer brasileiros que estavam expatriados e investir em formação de pessoas.

Além de conhecer a dinâmica do mercado de seguros e resseguros, esses profissionais precisam ter intimidade com o segmento de infraestrutura - o que faz aumentar a valorização de engenheiros nesse setor. O inglês fluente e a habilidade comercial também são essenciais para esses o executivos.

Os salários chegam a R$ 15 mil para gerentes e podem atingir os R$ 40 mil no caso de diretores técnicos, segundo pesquisa salarial da consultoria Robert Half. O bônus também é agressivo e soma até dez salários anuais na alta gerência. "O profissional de seguros sempre teve remuneração menor que o do mercado financeiro, mas isso começa a se equilibrar. Executivos experientes e com competência técnica são muito bem pagos", diz Ademir Marques, diretor de RH da Liberty Seguros. A empresa planeja aumentar o time para dar suporte ao plano de crescimento de 50% no volume de negócios em 2011.

De acordo com Ricardo Barcellos, headhunter da empresa de recrutamento H av i k , a explosão na demanda por esses especialistas é recente. O grande movimento de busca por profissionais começou em 2007, quando começaram rumores sobre a abertura do mercado de resseguros, monopolizado por uma empresa estatal, o Instituto de Resseguros do Brasil (IRB-Brasil Re). A abertura só aconteceu em 2008 e, com ela, vieram os investimentos de empresas internacionais e nacionais no segmento.

Na prática, essas empresas "vendem" o risco de grandes obras como hidrelétricas ou rodovias, por exemplo, para outras seguradoras em todo o mundo.

Por isso a importância de um forte perfil comercial aliado a conhecimentos técnicos sobre o produto. "As seguradoras tiveram de preparar suas equipes e começaram uma busca ferrenha por profissionais especializados nessa atividade de distribuição de riscos", diz Barcellos.

É o caso da Austral , que recentemente recebeu a autorização da Superintendência de Seguros Privados (Susep) para atuar no mercado de seguradoras. Segundo o diretor Carlos Frederico Leite Ferreira, a equipe de 23 pessoas foi estruturada em março de 2010. "Foram sete meses de treinamento até que pudéssemos atuar no mercado", diz o executivo, que continua em busca de profissionais. A Vinci Partners, grupo controlador da Austral, aguarda ainda aprovação para que o braço de resseguros da holding entre em funcionamento, o que deve acontecer este ano.

A alta demanda por mão de obra faz com que as empresas aceitem buscar talentos em diversos segmentos. Bruno Martins, da Michael Page, explica que as empresas estão dispostas a ensinar os aspectos técnicos relacionados ao seguro, desde que o profissional seja experiente em áreas relacionadas aos grandes riscos. Pode ser o caso de um engenheiro proveniente da indústria de energia, por exemplo. "É mais fácil trazer gente com conhecimento técnico sobre o negócio do cliente. A parte de seguros pode ser aprendida internamente", afirma Nancy Bartos, diretora de RH da corretora de seguros AON.

Atrair profissionais com currículos já disputados no mercado, como é o caso dos engenheiros, tem demandado investimentos da indústria seguradora em pacotes agressivos de remuneração e benefícios. A estratégia das empresas, segundo Barcellos, é mostrar o potencial da área no mercado, que deve crescer rapidamente e alavancar as carreiras de seus executivos nos próximos anos.

Na corretora Marsh, a política para atrair talentos está baseada em um tripé formado por desafio, pacote de remuneração e clima organizacional. "Além da questão financeira, o profissional valoriza empresas com princípios de respeito, ética e um bom ambiente de trabalho.", afirma o vice-presidente Gilberto Martelli.

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