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Escassez faz empresas trazerem brasileiros do exterior

Fonte: Valor Econômico

Para evitar "roubar " talentos da concorrência, prática comum em mercados aquecidos e com carência de profissionais qualificados, uma das soluções encontradas pelas empresas tem sido trazer executivos brasileiros que estavam expatriados nos Estados Unidos ou na Europa.

A corretora e consultoria de seguros AON, por exemplo, trouxe em novembro a executiva Daniela Reia para dirigir sua área de grandes construtoras e novos negócios.

Daniela, que estava há quase três anos em um cargo de coordenação na AON em Londres, brinca que foi disputada pelos dois países. Promovida a diretora e com aumento de salário, assumiu o desafio de desenvolver uma área com alto potencial no país. "Depois que voltei, pude entender melhor as oportunidades do mercado. Tenho um milhão de planos", conta a executiva, que pretende ampliar a equipe nos próximos meses.

A diretora de RH daAON, Nancy Bartos, explica que trazer expatriados foi uma medida de curto prazo encontrada pela corretora para atender a demanda de negócios. As soluções de médio e longo prazo, por outro lado, passam pela formação interna de profissionais e pela atração de jovens executivos com pouca experiência, mas alto potencial.

Até 2014, a AON planeja investir R$ 10 milhões por ano somente em treinamento de pessoal.

Como se trata de um setor muito técnico e complexo, parte da formação é feita fora do Brasil.

"A qualificação começa dentro da empresa, onde o profissional recebe treinamento técnico e comportamental. Depois, passa por uma temporada na Inglaterra ou nos Estados Unidos para entender como funcionam mercados mais maduros", diz Nancy.

Gilberto Martelli, vice-presidente de RH da corretora Marsh, explica que o crescimento da equipe este ano deve atingir a casa dos dois dígitos, mas a prioridade é formar gente. "Te m o s uma política de aproveitamento interno", ressalta o executivo, que também está de olho nos expatriados.

"O mercado vive um intercâmbio cultural muito interessante O profissional precisa transitar em diferentes meios." A preocupação em formar mão de obra e trazer de volta os expatriados, porém, não amenizou a disputa por talentos. De acordo com o headhunter Bruno Martins, da consultoria Michael Page, o crescimento do mercado de contratações na área de grandes riscos será ainda maior nos próximos anos. "As empresas estão vivendo uma fase de ambientação no Brasil.

Em 2012, a falta de profissionais será muito maior", diz. Segundo Ricardo Barcellos, da Havik, outro problema enfrentado pelas empresas é que, historicamente, o mercado de seguros nunca foi atrativo para talentos. "São poucos os profissionais que, ao entrar na faculdade, têm o objetivo de atuar em uma seguradora."

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