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Mercado segue otimista para 2011

Fonte: SulAmérica Online

Setor de seguros e previdência cresceu na casa de dois dígitos, o que demonstra a força do segmento e aponta projeções positivas para o próximo ano

O ano de 2010 repetiu os contínuos percentuais de crescimento registrados nos últimos anos no mercado de seguros. Segundo estimativas da Confederação Nacional das Empresas de Seguros, Previdência, Saúde e Capitalização (CNSeg), o setor cresceu 12% este ano. Esse cenário positivo se mantém e as perspectivas para 2011 também são de crescimento e um faturamento próximo a R$ 200 bilhões.

A SulAmérica Online conversou com o presidente da Fenacor, Armando Vergilio, que traçou um cenário de 2011:

SulAmérica Online – Nos últimos anos o mercado tem crescido acima de 10%. A que o senhor atribui isso e qual o balanço que o senhor faz de 2010?

Armando Vergilio – O mercado de seguros no Brasil vem apresentando, nos últimos anos, uma surpreendente performance. O crescimento do emprego formal, a melhor distribuição de renda na população, o acesso ao crédito, a vivenciada migração nas classes sociais, bem como investimentos internacionais em muitas áreas de indústria, comércio e serviços, os relevantes investimentos em obras de infraestrutura, além dos megaeventos futuros, Copa do Mundo e Olimpíadas, são fatores simultâneos que vêm fortalecendo a indústria de seguros. Todavia, apesar de o crescimento em 2010 já estar consolidado e, mais uma vez, ser superior ao PIB, tudo leva a crer que não alcançaremos os patamares vivenciados nos anos anteriores.

Pelas estatísticas já divulgadas pela Susep, o desempenho do mercado de seguros aponta para um crescimento em torno de 12% a 13%. Porém, o resultado é expressivo e positivo, temos razões de sobra para estar otimistas, tivemos um bom ano para o mercado de seguros. Quando a economia cresce, o mercado de seguros também cresce.

SAOL – E para 2011, o senhor tem uma visão otimista? A perspectiva de crescimento se mantém?

AV – Apesar de estarmos iniciando um novo governo em 2011, a harmonia como se configura a transição será benéfica à economia. A própria manutenção do ministro da Fazenda do atual governo já sinaliza que teremos poucas mudanças na política macro. Com certeza poderá haver ajustes, o próprio ministro já se pronunciou a respeito dos patamares de crescimento para 2011, afirmando que os números não serão tão expressivos como os de 2010, quando o PIB deverá crescer próximo de 8%. Porém, as perspectivas são altamente positivas. Segundo o superintendente da Susep, Paulo dos Santos, em recente pronunciamento, o mercado de seguros manterá a tendência de crescimento nos próximos anos.

SAOL – Como o corretor pode explorar este momento de crescimento e consolidação do mercado de seguros?

AV – O corretor de seguros sempre teve um papel de grande relevância no mercado de seguros e é o profissional, legalmente habilitado, para intermediar os contratos de seguros.
Quando analisamos a evolução do mercado, observamos que nas últimas décadas a participação da indústria de seguros em relação ao PIB triplicou, saindo de 1% para 3,5%. E mais de 75% dos negócios foram alavancados pelos corretores de seguros.

Hoje, somos mais de 60 mil profissionais de corretagem de seguros com 22 mil empresas, atendendo aos consumidores em todos os municípios brasileiros. Cada vez mais o consumidor está consciente de seus direitos e das suas necessidades. Cada vez mais o consumidor precisa utilizar seu tempo para realizar negócios.

Aí reside uma das grandes oportunidades de mercado para os corretores de seguros. O consumidor consciente não pode perder tempo tratando de assuntos quando existe um profissional pronto e habilitado tecnicamente para esse fim. Portanto, as contratações de garantias necessárias à manutenção do equilíbrio do patrimônio constituído pelas pessoas e pelos empresários, assim como a proteção de suas famílias, sempre estarão melhores se assistidas por profissionais. Seguro não pode ser tratado por amadores.

A ampliação do relacionamento político e social, a constante atualização técnica, o conhecimento dos produtos disponíveis no mercado e, acima de tudo, a criatividade e a identificação de novos nichos poderão consolidar o progresso da classe.

SAOL – O senhor acredita que os projetos que estão em trâmite no governo, como o Microsseguro e os VGBL Saúde e VGBL Educação, serão regulamentados em 2011? Que impacto eles trarão ao mercado de seguros?

AV – Nós acreditamos firmemente na regulamentação dos projetos citados, mas não podemos garantir que serão concluídos em 2011. Obviamente, estaremos trabalhando firmes com esse propósito.
Em relação a Microsseguros, podemos afirmar que já se constitui em realidade e o mercado tem dado especial atenção ao segmento. Como já comentamos, a migração vivenciada nas classes sociais já nos conduz e impõe essa realidade.

Os dois outros produtos mencionados talvez se constituam nos maiores e mais importantes desafios futuros. Cada vez mais se configura no Brasil uma significativa parcela da população na faixa da “melhor idade”. Portanto, o mercado tem de se preocupar em desenvolver produtos moldados a esse público consumidor.

Os produtos “VGBL” têm um certo grau de complexidade e comercializá-los também é um desafio para os corretores, que deverão se preparar e se especializar. Importante registrar que uma boa carteira nesses produtos poderá se constituir no equilíbrio da aposentadoria dos próprios corretores. Esses produtos têm uma remuneração pequena para os corretores, porém, trata-se de uma remuneração perene e que se acumula à medida que a carteira do corretor cresce. Nos seguros tradicionais, de Ramos Elementares, a remuneração do corretor é mais significativa, porém, é volátil. O fato de fazer um seguro hoje não garante sua renovação no próximo ano. No caso do VGBL, assim como em produtos de Previdência Complementar, as perdas de clientes são infinitamente menores. Esses produtos podem representar, como citamos, a equilíbrio da aposentadoria do corretor de seguros.

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