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Japão: Seguradoras locais vão arcar com perdas

Fonte: Valor Econõmico

Catástrofe no Japão: Impacto para companhias que atuam com grandes riscos não será grande, diz consultoria

A American International Group (AIG), a ACE Ltd e a XL Group, que operam com seguros de propriedades e contra acidentes, os chamados grandes riscos, poderão lidar bem com perdas com o terremoto no Japão, uma vez que a maioria dos custos é coberta por seguradoras do Japão, segundo a CreditSights.

As três seguradoras serão atingidas, mas as perdas serão bastante administráveis, disse ontem em uma entrevista por telefone o analista da CreditSights Robert Haines. Estamos falando, na pior das hipóteses, de um problema moderado para os lucros.

O terremoto de magnitude 9 na escala Richter ocorrido em 11 de março, e o posterior tsunami, arrasou cidades e provocou explosões na usina nuclear de Fukushima Dai-Ichi, ao norte de Tóquio. As perdas com seguros de propriedades resultantes do evento poderão chegar a 2,8 trilhões de ienes (US$ 35 bilhões), segundo a AIR Worldwide, empresa que cria modelos de risco de catástrofes. O Japão não tem negócios significativos com as resseguradoras globais, de modo que as seguradoras domésticas provavelmente arcarão com a maior parte das perdas, disseram os analistas da CreditSights, liderados por Haines, em um relatório divulgado na terça-feira em Nova York. O custo de proteção da dívida da AIG, ACE e XL com as perdas caiu ontem, depois de uma alta nos dias posteriores ao terremoto.

Os swaps de defaults de crédito da AIG chegaram a cair 6,3 pontos-base, para 197,1 pontos, em Nova York, segundo da provedora de Dados CMA de Londres. Os contratos estavam em 177,1 pontos-base um dia antes do terremoto.

Os swaps da XL de Dublin recuaram 2,5 pontos-base ontem, para 143,5 pontos-base (estavam em 124,9 pontos em 10 de março). Os da ACE caíram 1,8 ponto-base, para 102,6 pontos-base - estavam em 91,8 pontos em 10 de março.

Gostamos de todas essas companhias, em termos fundamentais, com a AIG sendo uma grande história de recuperação, a ACE um nome de qualidade extremamente elevada e a XL outro exemplo de recuperação, disse Haines. No momento, os níveis de seus swaps de default de crédito não fazem delas compras realmente atraentes. Os swaps de crédito, que normalmente caem quando a confiança dos investidores aumenta e sobem quando ela se deteriora, pagam o valor de face ao comprador se um tomador de empréstimo não conseguir cumprir com suas obrigações, menos o valor da dívida não paga. Um ponto-base equivale a US$ 1.000 por ano em um contrato que protege US$ 10 milhões em dívidas.

Os contratos sobre a AIG, a seguradora de Nova York que está devolvendo ao governo americano US$ 182,3 bilhões que recebeu em ajuda durante a crise financeira, despencaram em relação aos 602 pontos-base registrados em maio, segundo dados da CMA. A companhia anunciou no mês passado lucro de US$ 11,2 bilhões para o quarto trimestre de 2010, o primeiro em três trimestres, graças à venda de ativos.

A AIG reafirmou ontem seu compromisso em comprar as ações da Fuji Fire & Marine Insurance Co. que ainda não possui, por 47 bilhões de ienes (US$ 580 milhões) em 24 de março. A ACE, que possui escritórios em mais de 50 países, obtém cerca de 13% de sua receita de prêmios na Ásia. A seguradora de Zurique disse que o terremoto vai reduzir seus lucros em algo entre US$ 200 milhões e US$ 250 milhões no primeiro trimestre deste ano.

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