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Japão: Governo deve garantir recursos para maior parte dos danos

Fonte: Valor Econômico

A reação imediata às imagens de construções tombadas e casas flutuando é vender ações das companhias de resseguros. Acrescente a possibilidade do derretimento de uma usina nuclear, como está ocorrendo no Japão, e não surpreende que as ações de empresas como a Swiss Re e a Munich Re, além da Berkshire Hathaway dos Estados Unidos, tenham caído 10%, as duas primeiras, e 4%, a última, desde sexta-feira.

Os investidores estão certos em um ponto: o dinheiro necessário para a reconstrução do Japão terá que vir de algum lugar. Mas eles estão errados ao assumir que as catástrofes são necessariamente ruins para as resseguradoras. Para começar, as coberturas de seguro variam muito. No Japão, o governo, e não as companhias privadas, é que irá fornecer as a maior parte das compensações pelos danos provocados pelo terremoto e pelo tsunami, enquanto o resseguro de instalações nucleares no geral não se estende aos chamados desígnios de Deus. As estimativas iniciais de perdas seguradas totais de até US$ 35 bilhões (contra bem mais de US$ 100 bilhões em perdas totais) significará um golpe equivalente a 4% do valor de mercado da Hannover Re, segundo o Crédit Suisse.

Mais danos não são necessariamente uma coisa ruim para as seguradoras. Pelo contrário, as maiores reivindicações do Japão manterão em alta os preços dos resseguros de propriedades contra catástrofes, que para as companhias americanas deverão cair de 5% a 10% este ano. Ninguém quer que as perdas seguradas globais superem os US$ 100 bilhões, como aconteceu em 2005 (graças aos furacões Katrina, Rita e Wilma), mas, quando o capital é corroído, os preços dos resseguros precisam aumentar para compensar isso. Em média, as ações de companhias de resseguros sempre se saíram melhor que o índice Standard & Poors até um ano após as 16 maiores catástrofes globais já registradas, segundo o Citigroup.

Mesmo assim, a tendência secular de queda nos preços poderá muito bem prosseguir. As catástrofes vêm atraindo cada vez mais capital novo para o setor. Os preços também estão sob a ameaça de novos produtos, como os bônus catástrofe. Portanto, os investidores deveriam aproveitar essa oportunidade para comprar, esperar por uma recuperação - e cair fora.

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