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Seguros ficarão mais caros em todo mundo, após tragédia no Japão

Fonte: InfoMoney

SÃO PAULO - A tragédia ocorrida no Japão vai provocar aumento nos preços de todas as coberturas do mundo, de acordo com o economista Keyton Pedreira, especializado na área de seguros e previdência.

Para o especialista, os três eventos que ocorreram no país asiático (terremoto, tsunami e acidente em usina nuclear) são suficientes para motivar o aumento das apólices. “As seguradoras e, principalmente, as resseguradoras começarão a precificar os riscos, considerando eventos como esse que ocorreu no Japão, de catástrofes climáticas múltiplas. Então, há uma tendência forte de aumento nos preços nos seguros em nível mundial”, disse, em entrevista à Agência Brasil.

O principal objetivo deste aumento, segundo Pedreira, seria recompor as perdas que as grandes seguradoras e resseguradoras terão no Japão e também precificar para o futuro eventos semelhantes.

Ainda de acordo com o especialista, a apuração completa dos danos no Japão é que vai definir o percentual do aumento, mas ele estima algo em torno de 8% e 10%, em média. Entretanto, isso vai depender do país, da região e do risco analisado.

“Mesmo as regiões que, em princípio, estariam imunes a essas ocorrências, a exemplo do Brasil, sofrerão algum impacto. Porque as seguradoras pesarão de alguma maneira essa possibilidade pequena nos riscos. E o que hoje é marginal terá um peso mais significativo nos países onde essas ocorrências são raras ou têm menor probabilidade de ocorrência”, analisou.

Muito cedo para definir aumento
Já para a a Susep (Superintendência de Seguros Privados), órgão vinculado ao Ministério da Fazenda, a catástrofe natural no Japão não deve, em princípio, ter um impacto imediato sobre os mercados segurador e ressegurador brasileiros.

Para o diretor técnico da Susep, Alexandre Penner, também não deve haver um movimento de recálculo dos riscos pelas seguradoras ao redor do globo.

“Eles vão avaliar o risco e ver se o prêmio que se cobra hoje é suficiente para fazer frente, por exemplo, a um risco nuclear”, disse Penner, também em entrevista à Agência Brasil.

O diretor ressaltou que depois de um sinistro de grandes proporções, as seguradoras e resseguradoras costumam verificar quais são os efeitos do evento e se existe alguma consequência que não tenha sido levada em conta anteriormente.

“Pode haver alguma mudança ou no cálculo ou na precificação do produto. Mas eu diria que ainda é muito cedo para essa conjectura”.

De maneira geral, a maioria dos contratos de seguros exclui eventos catastróficos ou desastres naturais. Mas, segundo Penner, existe atualmente uma demanda dos segurados, em termos mundiais, para que se inclua esse tipo de cobertura. “Uma vez que se inclua essa cobertura, definitivamente teria que se fazer um recálculo de preços. Mas não é essa a proposta do seguro”.

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