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Operadoras atendem apenas 23,4% do país

Fonte: Brasil Econômico - Especial Planos de Saúde

Cenário macroeconômico em 2010 beneficiou setor, mas custo de procedimentos médicos limita expansão de planos

Ter plano de saúde está hoje entre os primeiros objetos de desejo do brasileiro. E o segmento de saúde suplementar acabou sendo bastante beneficiado pelo bom desempenho da economia brasileira,em2010. Mais oferta de emprego, escassez de mão de obra qualificada e necessidade de reter ou atrair talentos, aliado à baixa qualidade do sistema público de saúde, aceleraram a expansão de planos privados no país.

Os últimos números oficiais disponibilizados pela Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) referem-se ao terceiro trimestre de 2010 e dão conta de que o número de beneficiários cresceu 6,3% em relação a dezembro de 2009, chegando a 44,8 milhões de beneficiários. As estimativas do setor apontam para um aumento em torno de 8,5% no número de beneficiados no acumulado de 2010, o que levou a receita das 1.061 operadoras médico-hospitalares existentes atingir a casa dos R$ 70 bilhões.

Mesmo com esse crescimento, a taxa de cobertura de planos de assistência médica no País ainda é baixa: atende a apenas 23,4% da população. Do total, 75% destes planos (33,4 milhões) são empresariais e os 25% restantes de pessoa física. Existem dois importantes motivos para isso.O primeiro é que com a maior oferta de empregos e falta de mão de obra qualificada, a inclusão do plano de saúde na cesta de benefícios ao trabalhador se torna um diferencial importante na hora de reter ou atrair talentos. O segundo motivo está relacionado com o maior rigor que a ANS tem sobre os reajustes dos planos para as pessoas físicas. As operadoras reclamam em uníssono que os custos médicos são muito superiores à inflação e que os reajustes permitidos pela ANS não cobrem os gastos com medicamentos e equipamentos.

Com isso, fica mais interessante crescer nos planos empresariais, já que a ANS permite a negociação direta entre as empresas e as operadoras de planos de saúde.

Os planos podem qualificar e customizar o serviço como diferencial para a empresa.

A Bradesco Saúde vem obtendo bons resultados nesta direção.Com mais de três milhões de segurados (93% planos empresariais), e presente em mais de quatro mil municípios do país, a Bradesco Saúde registrou, em 2010, uma arrecadação de R$ 6,8 bilhões, com destaque para o crescimento da carteira de Pequenas e Médias Empresas, que representou aumento de 36% em relação a 2009.

Para 2011, a estimativa de crescimento gira em torno de 10% segundo Márcio Coriolano, presidente da Bradesco Saúde e Mediservice. "Oque conta hoje na disputa pelo mercado é mais o serviço do que o produto propriamente dito." Para Coriolano, a transparência na negociação, e as empresas saberem onde estão gastando é o diferencial da Bradesco Saúde. A empresa também procura diversificar seus serviços e oferece, por exemplo, para os planos premium, o Bradesco Saúde Concierge, com atendimento personalizado, e que tem, inclusive,um programa de vacinas para quem vai viajar.

CUSTOS Controle das despesas, da sinistralidade (com adoção da medicina preventiva) e reavaliação de apólices e renegociações são os itens principais que Rafael Moliterno Neto, presidente da Unimed Seguros Saúde, destaca para o crescimento registrado em 2010. O faturamento da operadora teve alta de 22,47% passando de R$ 446,5 milhões, em 2009, para R$ 546,8 milhões, em 2010.

Para Antonio Jorge Kropf , diretor técnico da Amil, a primeira operadora no ranking geral da ANS, o custo da medicina avança e é preciso ter a capacidade de lidar com esse custo. "As operadoras têm de ter responsabilidade e serem cada vez mais geradoras de saúde. Para isso, devem criar programas que melhorem a qualidade de vidado cidadão.É preciso evoluir o modelo assistencial", diz. O gerente de relação com investidores da empresa, Roger Nickhorn, alerta para a necessidade de obter uma precificação correta e redução da sinistralidade.

A empresa conta com hospitais próprios, o que ajuda a reduzir custos.

A operadora ainda não fechou os dados de 2010, mas ao fim do terceiro trimestre havia apresentado crescimento de 62% nos primeiros nove meses do ano, atingindo receita de R$ 5,763 milhões. "Para esse resultado, contribuiu a aquisição da Medial, que incorporou à Amil 1,8 milhão de novos beneficiários", informa Nickhorn.

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