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Previdência privada: um adicional que diminui a aposentadoria

Fonte: Extra

RIO — Cada vez mais, bancos e seguradoras se sofisticam e oferecem, com os planos básicos de previdência privada — que garantem a renda para a aposentadoria —, coberturas adicionais, com benefícios como pensão por invalidez ou por morte, por exemplo. O investidor, no entanto, deve ficar atento. A inclusão desses produtos tende a significar um custo maior para o participante. Além disso, fará com que o valor que sai mensalmente do bolso para a instituição que administra sua previdência não seja integralmente direcionado ao seu fundo para a aposentadoria. E nem sempre essa informação é clara, mostra reportagem de Lucianne Carneiro, publicada na edição desta segunda-feira do GLOBO.

Na Brasilprev, por exemplo, quem deseja contribuir com menos de R$ 400 por mês tem que pagar também pelo benefício do pecúlio, que é uma indenização paga no caso de morte do participante. Isso ocorre porque os únicos planos disponíveis para contribuições entre R$ 100 (valor mínimo da instituição) e R$ 400 são os PGBL (Plano Gerador de Benefícios Livre) Pecúlio ou VGBL (Vida Gerador de Benefícios Livre) Pecúlio, em que o benefício é obrigatório. Apenas nos planos PGBL Exclusivo e VGBL Exclusivo — onde a contribuição mínima é de R$ 400 — este benefício é opcional.

Isso significa que uma pessoa que paga R$ 150 por mês para sua previdência na Brasilprev não verá a totalidade desses recursos revertida para sua aposentadoria, porque parte do dinheiro é reservado para o pagamento do pecúlio.

Procurada pelo GLOBO para comentar a política de cobrança dos benefícios, a Brasilprev não se manifestou.

— O plano de previdência é uma decisão de longo prazo. E o participante deve ler com atenção as coberturas e ter cuidado para saber exatamente quanto de sua contribuição mensal será destinado para o fundo que vai gerar sua aposentadoria — alerta o vice-presidente jurídico da Academia Nacional de Seguros e Previdência, Homero Stabeline Minhoto.

O principal problema é a falta de clareza sobre a política de cobrança dessas coberturas adicionais. O engenheiro Homero Vieira de Freitas Júnior descobriu, depois de cinco anos pagando seu plano de previdência, que estava contribuindo também para uma cobertura que nem sabia que tinha: pensão por prazo certo e renda por invalidez.

— Não me informaram na hora da venda que o valor dos seguros seria descontado. Ao longo do tempo, não estava claro nos extratos que parte do dinheiro não ia para a previdência de longo prazo — aponta o engenheiro, que só descobriu a confusão quando um novo gerente de sua conta no HSBC fez um resumo de suas aplicações na instituição.

Segundo ele, a questão acabou sendo solucionada a contento pelo banco, depois de muita procura pelos canais de atendimento e até um contato com o diretor mundial da instituição.

O superintendente-executivo de varejo do HSBC Seguros, Edson Lara, explicou que o caso de Homero foi solucionado, como uma exceção, com a reversão dos recursos que tinham sido pagos como seguro para seu fundo de previdência privada.

A situação, no entanto, segundo ele, reforça a importância da atenção na hora da contratação do produto.

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