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Seguradoras alemãs testam “caixa preta” para automóveis

Fonte: Valor Online

Seguradoras alemãs estão testando um novo dispositivo para rastreamento de veículos que promete reduzir o preço do seguro em até 30% em média. Mas também promete polêmica. Batizado de “Cubism”, o dispositivo é uma pequena caixa de plástico, de aproximadamente dez centímetros, contendo um chip e um GPS.

Instalado no veículo pelo próprio motorista, a “caixa preta” coleta dados sobre a localização do automóvel (cidade, ruas e avenidas por onde ele circula) e a performance da direção, incluindo a velocidade, a intensidade de acionamento dos freios, e rotações por minuto.

A tecnologia do equipamento, desenvolvida pela consultoria Accenture, visa ajudar as seguradoras a melhor calcular o risco de sinistros de seus clientes, explicou Michel Redding, diretor do laboratório da Accenture em Chicago.

O Cubism calcula três parâmetros: velocidade, consumo de combustíveis e o risco dos locais pelos quais passa o carro. A ideia é que, conhecendo melhor os riscos de acidente, roubo e furto, as seguradoras sejam capazes de oferecer descontos maiores àqueles clientes que oferecem riscos menores por dirigir com mais cuidado, em locais mais seguros. Além disso, o dispositivo também estaria capacitado a emitir alertas sonoros quando o motorista ultrapassa os limites de velocidade ou sofre um acidente.

Hoje as seguradoras de automóveis já conseguem calcular os riscos com base no perfil pessoal do segurado (se é homem, mulher, com mais ou menos idade, casado ou solteiro, com ou sem filhos) e o endereço onde o carro circula ou passa a noite estacionado.

Perguntado se a “caixa preta” não seria uma invasão da privacidade do motorista, Redding negou, explicando que, em primeiro lugar, é opcional: o cliente só instala se tiver interesse no desconto ofertado pela seguradora. Em segundo lugar, disse o executivo, o que o Cubism faz é calcular uma nota (“score”) dentro de uma escala de cores com base nos dados coletados. O “score” é enviado para a seguradora, não os dados do veículo.

“É uma questão de confiança na sua seguradora”, rebateu Redding ao ser questionado sobre quem garante que os dados não seriam efetivamente transferidos para a companhia e até, eventualmente, vendidos para outras empresas. Segundo ele, esse é um temor infundado já que, na verdade, os carros fabricados nos últimos dez anos já trazem uma espécie de “caixa preta”, um chip instalado pelas próprias montadoras, que fornece dados aos fabricantes.

O Cubism foi apresentado nesta quinta-feira pela Accenture durante uma visita da imprensa internacional às últimas inovações produzidas pelo laboratório da empresa no polo tecnológico de Sophia Antipolis, nos arredores de Nice, Sul da França. A Accenture tem quatro laboratórios de desenvolvimento tecnológico – em Silicon Valley, Chicago (EUA), Nice e Bengalore, na Índia.

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