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Seguradoras e resseguradoras optam pela cautela ao estimar perdas

Fonte: Brasil Econômico

Tão precoce quanto estimar as perdas que o Japão terá com o terremoto - e consequente tsunami - é calcular o prejuízo das seguradoras e resseguradoras com atuação no país. A Tokio Marine Holdings, maior conglomerado securitário japonês, criou uma força-tarefa para enviar equipes de atendimento a sinistros, além de alimentos, água e todos os artigos de subsistência para a continuidade das operações, parceiros e clientes. "Ainda é muito cedo para falar sobre as perdas que a companhia pode ter sofrido. Ressaltamos, no entanto, que a nossa solidez financeira vai nos proporcionar total condição de atender a todos os sinistros e, desta forma, a imagem do grupo Tokio Marine não será afetada." A única a arriscar um palpite foi a fornecedora de softwares para modelos de risco AIR Worldwide: entre US$ 15 bilhões e US$ 35 bilhões. A área mais afetada pelo terremoto tem cerca de US$ 300 bilhões em propriedades seguradas, segundo a AIR Worldwide. Outros US$ 400 bilhões em propriedades que têm seguro localizam-se em áreas que sofreram menor impacto.

Brasil: Tanto a Tokio Marine quanto a Mitsui, que têm atuação no Brasil, não falaram sobre possíveis reflexos na operação local.

Entretanto, Marco Pontes, diretor da LG&P Advisory Services, afirmou que perdas externas sempre afetam os negócios em subsidiárias. "Empresas japonesas atuam de forma mais conservadora. A retração ou expansão dos investimentos externos dependem da performance da matriz." Eduardo Takahashi, diretor executivo de grandes riscos da Marsh, concorda. "É possível que as seguradoras japonesas (além de Tokio Marine e Mitsui, a Yasuda também opera no Brasil) reduzam o apetite em aceitar risco", ressalta.

A corretora abriu linhas de emergência para orientar empresas e governo no que diz respeito ao acionamento de seguros. A Marsh também montou um site logo após o terremoto do Chile, que agrupa as principais informações sobre catástrofes.

"O número de seguidores no Twitter cresceu 10% desde a inclusão da tragédia japonesa no site", explica o executivo.

Repercussão

1. Bolsas europeias

Os principais índices acionários europeus fecharam no menor nível em mais de três meses, repercutindo o impacto econômico do terremoto no Japão. As ações de seguradoras e resseguradoras foram as principais responsáveis pelas desvalorizações das bolsas de Londres (0,92%), Frankfurt (1,65%) e Paris (1,29%).

2. Resseguradoras

Hannover Re, Swiss Re e Munich Re podem ter entre 3% e 6% de seu capital absorvido por perdas (entre US$ 300 milhões e US$ 2,8 bilhões), segundo analistas da Nomura. Para o UBS, os prejuízos da Hannover Re devem limitar-se a acordos de resseguro, apesar de os desastres já terem absorvido 50% do orçamento para perdas em 2011.

3. Montadora

As fábricas e subsidiárias da Toyota Motor Corporation no Japão estão com produção suspensa até amanhã. A montadora anunciou que a ação, que teve início ontem, é "para que a assistência aos funcionários e seus familiares seja priorizada". A companhia não teve prejuízos, mas avalia a situação de parceiros e o impacto comercial.

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