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Este será o ano do seguro garantia no Brasil

Fonte: Brasil Econômico

Quatro perguntas a Cristina Tseimatzidis, Gerente de Seguro Garantia da corretora Marsh Brasil

Por que o seguro garantia tem atraído tantas seguradoras?

São três os fatores que têm atraído as companhias. Primeiro, o produto está muito vinculado a projetos de infraestrutura e, por isso, será bastante demandado com os projetos da Copa, Olimpíada, PAC, trem bala e ao próprio crescimento do país.

Segundo, é uma carteira com baixa sinistralidade. Em média, apresenta sinistralidade entre 5% e 10%. E terceiro, é um seguro que viabiliza o negócio do cliente.

Por isso, visto com muito bons olhos, sem aquela visão negativa geralmente atrelada à maioria dos seguros.

Percebe-se o aumento da concorrência no segmento.

O que é decisivo para as empresas na hora de contratar uma apólice de garantia? 

Não é o custo. Apesar do aumento de concorrência e da abertura do mercado de resseguros, os preços têm se mantido estáveis. O que as empresas veem de valor é a prestação de serviços, uma subscrição do risco técnica, rápida e criativa, que busca soluções para o risco. A J.Malluceli continua a líder disparada nesse segmento, com faturamento de R$ 293 milhões no ano passado. Em seguida vem o Itaú e quase colado a Fator, que é uma seguradora nova e vem conquistando espaço. UBF e Cesce também atuam forte nesse produto. Cada uma tem uma característica, uma estratégia.

Essa apólice exige bastante capacidade de resseguro.

As perdas com o terremoto no Japão podem impactar a capacidade disponível para garantia no Brasil? 

Por conta dos limites técnicos das seguradoras, elas retêm uma pequena parte do risco do seguro garantia, ficando a maior parte com as resseguradoras.

As seguradoras têm uma apólice automática com resseguradoras locais com uma determinada capacidade. Só acessam o mercado internacional de resseguro quando precisam de capacidade extra (resseguro facultativo), para grandes projetos. Nesses casos, as seguradoras brasileiras trabalham com o mercado americano e o europeu, quase nada com resseguradoras japonesas.

O que ocorreu no Japão foi um desastre natural e deve afetar os preços dessa carteira, dificilmente vai ter impacto em outras carteiras, como a de garantia no Brasil.

Quais são as expectativas para o seguro garantia no Brasil neste ano? 

No ano passado, o segmento cresceu pouco se comparado a anos anteriores por conta das eleições, período em que não pode haver licitações públicas, processos em que o seguro garantia são bastante demandados. Vale lembrar que o boom desse seguro foi quando a lei de licitações públicas abriu a possibilidade de aceitar seguro garantia como caução. Passadas as eleições e com a proximidade cada vez maior de eventos como Copa e Olimpíada, as obras começam a sair, e a demanda por seguro garantia a crescer. O que tem impulsionado a demanda é o uso cada vez maior do seguro em contratos privados, não só por empresas com relacionamento com o setor público. Outra modalidade de garantia que tem crescido bastante é o de garantia judicial [que substitui a fiança bancária]. Os produtos de garantia ligados à linhas financeiras e administrativas têm ganhado relevância com o impulso da legislação e o mercado se adaptando. Este é o ano de garantia. Na verdade, os próximos 10 anos devem ser bons para o segmento, mesmo depois da Olimpíada.

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