Lucro do Santander Brasil atinge R$ 2,1 bilhões

Fonte: Jornal do Commercio - RJ

A expansão da carteira de crédito e a redução dos níveis de provisionamento ajudaram o Santander Brasil a elevar seu lucro líquido em 17,5% no primeiro trimestre em relação a igual período de 2010, para R$ 2,1 bilhões. Mesmo com o desempenho da sucursal brasileira, que contribuiu com um quarto do resultado global do banco espanhol, a instituição apurou queda de 4,8% no ganho líquido mundial, que ficou em 2,1 bilhões de euros.

Nos três primeiros meses de 2011, as linhas de crédito do Santander Brasil totalizaram R$ 164,6 bilhões, alta anual de 17,6%. Apesar do impacto positivo que a ampliação da carteira crédito exerceu sobre resultado do Santander Brasil, o presidente da instituição no País, Marcial Portela, afirmou que é preciso diminuir o ritmo de crescimento do financiamento voltado para pessoa física, que hoje está em 25%.

"O sistema financeiro brasileiro está muito polarizado no crédito, mas as instituições bancárias podem explorar outras oportunidades", ressaltou, em sua primeira entrevista à imprensa desde que foi nomeado para comandar o banco, em fevereiro, após ocupar o Conselho de Administração.

Na avaliação do executivo, a velocidade de crescimento do crédito está muito elevada para uma economia que vem sendo ameaçada pela disparada dos preços. De acordo com a lógica do mercado, a menor oferta de empréstimos teria como reflexo a redução do consumo interno, o que possibilitaria quedas nos preços.

Do total da carteira de crédito do banco, o segmento que mais se expandiu foi o direcionado a pequenas e médias empresas, que cresceu 27,7% e somou R$ 39,2 bilhões. Em seguida veio o segmento de empréstimos voltados a pessoas físicas, que aumentou 21,5% em doze meses e encerrou março em R$ 53,5 bilhões.

Enquanto isso, os empréstimos voltados a grandes companhias subiram 13,3%, ao fecharem o primeiro trimestre em cerca de R$ 45 bilhões. As despesas com provisão para créditos de liquidação duvidosa, por sua vez, ficaram em R$ 2,1 bilhões, queda de 18,4% no período.

INADIMPLÊNCIA

O Santander fechou o primeiro trimestre com alta no índice de inadimplência, após cinco períodos consecutivos de queda. O indicador encerrou março em 6,1%, ante os 5,8% de dezembro. Na comparação com igual período de 2010, porém, houve queda de 0,5 ponto percentual. O Santander atribui a alta do indicador a fatores sazonais do início do ano. Além disso, o banco cita que no processo de integração de sistemas com o Banco Real houve mudança no critério do cálculo da inadimplência no padrão IFRS para o portfólio vindo do banco adquirido, o que explica mais que 50% do aumento observado no trimestre.

Os ativos totais do Santander somaram R$ 383,9 bilhões nos três meses até março, avanço de 21,5% ante o intervalo equivalente de 2010. O patrimônio líquido final alcançou R$ 74,7 bilhões, alta de 5,6% na mesma base de comparação. O índice de Basileia (excluindo ágio da aquisição do Banco Real e da Real Seguros Vida e Previdência) fechou o período em 22,7%, queda de 1,7 ponto percentual em doze meses. No confronto anual, o lucro antes de impostos teve alta de 25,4%, ao atingir R$ 2.7 milhões no encerramento do primeiro trimestre.

FOCO

Portela frisou que o foco do banco em 2011 será na ampliação de sua rede no País e no incremento dos pacotes de serviços oferecidos aos clientes. Ele destacou que a instituição não descarta a possibilidade de fazer aquisições ou formar parcerias para crescer no Brasil. O executivo salientou que o Santander pretende abrir, até o final de 2011, cerca de 600 mil contas correntes e 110 agências. "Queremos chegar a 600 novas unidades de atendimento em três anos", salientou.

Ainda de acordo com Portela, serão necessários cerca de R$ 220 milhões para cumprir o plano de expansão que foi traçado em 2009, quando o banco abriu capital no mercado brasileiro.

Atualmente, o Santander opera 2,2 mil postos bancários no Brasil e Portela assegurou, ainda, que os clientes da classe C estão no radar da instituição.

(Com agências)