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O Brasil é o mercado da década

Fonte: O Estado de São Paulo

Para John Studzinski, do Blackstone, País está no topo das prioridades dos investidores

Fernando Scheller

Diretor sênior do fundo americano de investimentos Blackstone, John Studzinski é conhecido como um viajante em busca de bons negócios. Sob a gestão do executivo, que veio do HSBC há cinco anos, o Blackstone viu sua consultoria aconselhar negócios de grande visibilidade, como a reestruturação da seguradora AIG e a aquisição da agência de notícias Reuters pelo grupo canadense Thomson. No topo das prioridades de Studzinski está, agora, o Brasil, onde ele vê perspectivas que vão muito alémdoatualmomentodeeuforia.

O Brasil é o mercado da década , resume.

Para ganhar espaço no mercado nacional, o Blackstone comprou uma fatia de 40% da gestora der ecursos Pátria Investimentos no fim do ano passado, por estimados US$200 milhões. Para Studzinski, um acordo desses só faz sentido em uma estratégia de longo prazo. O Brasil pode ser o mercado do momento, mas a expansão não é só de curto prazo.

Há uma expectativa de crescimento que se estenderá por dez anos.O Brasil é interessante tanto para os mercados maduros, como Estados Unidos e Europa, quanto para grandes nações emergentes, como a China e países do Oriente Médio. Para o executivo, tanta disputa pelo Brasil é fruto da confluência feliz de alguns fatores: além do crescimento do PIB, de 7,5% em 2010, ele diz que a estabilidade econômica e política deixa o investidor estrangeiro mais tranquilo.

Studzinski afirma, no entanto, que a principal característica do mercado brasileiro é o alto potencial para fazer negócios.

Segundo ele, há um cardápio variado de empresas de qualidade, com regras sólidas de gestão e governança, à espera de um investidor.

Inexplorado. Graças à evolução da economia brasileira, Studzinski diz que as possibilidades de acordos lucrativos não estão relacionadas apenas a uma meia dúzia de setores. Segundo o especialista, empresas brasileiras de construção, infraestrutura, telecomunicações e óleo e gás não terão dificuldade de encontrar potenciais interessados em formar parcerias.

Todos os segmentos relacionados ao consumo das famílias, um dos principais motores do crescimento do País, também são atraentes.

De certa forma, diz o executivo do Blackstone, o interesse internacional pelo Brasil já supera o despertado pela China: A China A China também continuará a crescer fortemente nos próximos dez anos,mas a diferença é que o Brasil tem mais potencial a ser explorado.

Aqui, as oportunidades disponíveis superam a capacidade de geração de capital para atender à demanda. A sociedade com a Pátria Investimentos reflete expectativas ambiciosas para o mercado brasileiro, que bateu recorde de fusões e aquisições em 2011, com quase 800 transações contabilizadas pela consultoria Price waterhouse Coopers.

Para o responsável pela área de finanças corporativas de PWC, Alexandre Pierantoni,um novoteto deve ser atingido neste ano em fevereiro, foram fechados 49 negócios do gênero, um recorde para o mês.

Achegada do Blackstone também está relacionada com o fim do chamado ciclo da crise , que inibiu a participação do capital estrangeiro em fusões e aquisições em 2008 e 2009.A inversão dessa tendência, que já foi percebida no ano passado, deve ser reforçada em 2011. Segundo Pierantoni, 40% das fusões e aquisições fechadas no País em 2010 tiveram dinheiro estrangeiro no ano anterior, a parcela havia sido de 25%. Nos próximos anos, a tendência é de uma participação estrangeira maior, que pode chegar a 60% , afirma.

Conselho e dinheiro. Tanto na Pátria Investimentos quanto no Blackstone, o serviço de consultoria pode vir acompanhado do capital necessário para viabilizar um negócio segundo o serviço de informações Merger Market, o fundo americano foi responsável pela maior aquisição mundial no primeiro trimestre, ao desembolsar US$ 9,4 bilhões pelas operações da australiana Centro Properties nos Estados Unidos. Se a empresa vem a nós em busca de capital, podemos recomendar a nós mesmos como um bom sócio ou então usar nossa inteligência para encontrar um outro investidor , explica Studzinski.

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