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“Este será um ano que as seguradoras vão relembrar, apesar de gostarem muito de esquecê-lo”, diz Buffet

Fonte: Econômico - Portugal

 
Warren Buffett e o seu braço direito Charli Munger não decepcionaram os acionistas da Berkshire Hathaway que se dirigiram a Omaha este fim-de-semana, não deixando de abordar todos os assuntos sem receios e com total transparência, e com muito humor à mistura.

São esperadas mais de 40 mil pessoas no pavilhão Qwest Center em Omaha, no Estado do Nebraska, nos EUA, para ouvir o que Warren Buffett tem a dizer sobre a sua Berkshire Hathaway e sobre a economia mundial.

Nas mais de seis horas da assembleia-geral de acionistas da Berkshire, conhecida também por o “Woodstock do capitalismo”, o Oráculo de Omaha, como Warren também é conhecido, não decepcionou.

Depois da exibição de vários vídeos publicitários das empresas de qual Buffett é acionista e de um vídeo de animação sobre a equipe da Berkshire Hathaway, Buffett foi direto ao tema que todos aguardavam: a polémica em redor de David Sokol, que acabou por demitir-se da Berkshire em resultado de uma operação de compra de ações da Lubrizol dias antes de Buffett anunciar a intenção de comprar a Lubrizol e contabilizar ganhos de 3 milhões de dólares.

Buffett utilizou como referência as palavras que proferiu há 20 anos perante o Congresso dos EUA sobre o processo de falência do Salomon Brothers para explicar o que pensa das transações de Sokol. Para Buffett, o comportamento de Sokol, que no ano passado recebeu 24 milhões de dólares pelo seu trabalho na Berkshire, foi “inexplicável e inqualificável”.

Apesar de criticar as ações de Sokol, Buffett não deixou de frisar que algumas das coisas boas que o seu ex-diretor fez pela empresa. Além disso, o ‘superinvestior’ espera retirar “algum valor dessa experiência de forma a tornarmo-nos mais fortes”.

Em contrapartida, Buffett teceu vários elogios a Ajit Jain, responsável pelos negócios de seguros da Berkshire ao dizer que “ele pensa na Berkshire em primeiro lugar."

Mais especificamente sobre a atividade da Berkshire, Buffett referiu que no primeiro trimestre do ano estima que o setor segurador da Berkshire registe prejuízos de 1,67 mil milhões de dólares como consequência das calamidades naturais do Japão, Nova Zelândia e Austrália. “Este será um ano que as seguradoras vão relembrar, apesar de gostarem muito de esquecê-lo”, referiu Buffett.

Sobre as ações da sua empresa, Buffett acredita que “as ações da Berkshire não estão sobreavaliadas”. Para reforçar esta ideia, Buffett lembrou que apesar de recomendar os investidores a comprarem fundos de índices em vez de investirem diretamente em ações e nos tradicionais fundos de investimento, por acreditar que no longo prazo a probabilidade de bater o mercado ser reduzida, continua a “preferir ações da Berkshire a qualquer fundo de índice”.

Quando questionado por um acionista sobre a política de não distribuição de dividendos, Buffett voltou a referir a intenção de continuar a segui-la porque, segundo o Oráculo, “caso a Berkshire opta-se por pagar dividendos, o número de acionistas iria cair”. Isto porque Buffett acredita que os lucros ao ficarem dentro da empresa tornam a Berkshire mais forte, podendo os acionistas retirar proveitos dessa política pela alienação das ações.

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