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Indenizações limitam ganho da SulAmérica no trimestre

Fonte: Valor Econômico

Seguradora: Vendas dos ramos de saúde e veículos crescem forte, mas ocorrência de sinistros também.

Aline Lima

Embora tenha apresentado um crescimento vigoroso tanto nos segmentos de seguro saúde como no de automóveis, o aumento do número de indenizações acabou afetando o resultado da SulAmérica no primeiro trimestre de 2011. O lucro líquido no período foi de R$ 101,9 milhões, superior em 19,4% ao resultado do primeiro trimestre de 2010, porém abaixo das projeções de analistas de mercado.

O chamado índice de sinistralidade - diferença entre os prêmios recebidos e as indenizações pagas - foi de 74% no primeiro trimestre. Embora tenha havido uma ligeira melhora (de 0,2 ponto percentual) em relação ao primeiro trimestre de 2010, o crescimento de 9,1 pontos percentuais na comparação com o quarto trimestre do ano passado surpreendeu.

Iago Whately e Caio Walter, da Fator Corretora, projetavam uma evolução de 3,3 pontos percentuais no índice de sinistralidade da SulAmérica, para 69%. O lucro líquido no primeiro trimestre foi calculado por eles em R$ 122,6 milhões. Roberto Attuch e Henrique Caldeira, do Barclays, estimaram um índice de sinistralidade de 71,7% e lucro líquido de R$ 130 milhões.

A receita com prêmios de seguros cresceu 23,1%, totalizando R$ 2,2 bilhões, desempenho considerado bom e em linha com o esperado. Destaque para a carteira de seguro saúde, carro-chefe da SulAmérica, que apresentou alta de 27,4% dos prêmios em relação ao primeiro trimestre de 2010 e somou R$ 1,4 bilhão.

Segundo Arthur Farme dAmoed Neto, vice-presidente corporativo e de RI da SulAmérica, os planos grupais conquistaram 258 mil novos membros nos três primeiros meses do ano - desde 2004 não são comercializados planos individuais. Contribuiu também para o comportamento da carteira de saúde a reposição da inflação médica no preço dos produtos. O seguro saúde responde por 64,4% da receita de seguros da companhia.

No segmento de veículos, a SulAmérica vem mostrando que consegue caminhar sozinha após o fim da sociedade com o Banco do Brasil (BB) na Brasilveículos. O volume total de prêmios já voltou ao patamar de um ano atrás, quando a sociedade existia, chama atenção Henrique Navarro, analista do Santander. Ele lembra que, apesar de a carteira ter sido vendida, a parceria continua de pé na medida em que a SulAmérica ainda é a empresa que presta serviço de back-office (operacionalização) para o BB na área de seguros. A união deve ser mantida pelo menos até 2012 e não deixa de ser um selo de qualidade para a SulAmérica, observa Navarro.

O acordo de cosseguro fechado em abril com a Caixa Seguros no ramo de automóveis (no qual as companhias dividem o montante segurado), que começa a valer a partir de julho, é uma das apostas da SulAmérica para ganhar mercado. Amoed Neto evita falar em metas, afirmando apenas que o segmento tem grande potencial de desenvolvimento. Hoje, quase 95% da receita de seguro de automóvel é obtida por meio de corretores. Na época em que era sócia do BB na Brasilveículos, essa proporção era de 55%.

A rentabilidade do patrimônio anualizada ficou em 14,6% e tem sido pressionada pelo alto volume de recursos em caixa, cerca de R$ 800 milhões. O dinheiro, de acordo com Amoed Neto, está reservado para oportunidades de aquisição. Mas há espaço para melhorar essa taxa de retorno, diz. A SulAmérica fechou março com R$ 2,8 bilhões de patrimônio líquido e R$ 12,7 bilhões em ativos.

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