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Atletas ganham fundo de previdência privada

Fonte: O Globo

Sindicatos de seis estados aderem. Apenas jogadores de gerações mais novas se beneficiam

Jaqueline Falcão

SÃO PAULO. Com a presença de grandes ídolos do futebol brasileiro como Félix, o goleiro tricampeão com a seleção brasileira em 1970; Basílio, o herói corintiano de 1977; além de Dorval, Dudu, Badeco e Paulo César Caju, foi lançado ontem em São Paulo o primeiro fundo de previdência privada para atletas e esportistas profissionais de todas as modalidades. A festa ocorreu no Museu do Futebol, no Pacaembu. O fundo será dirigido pela Petros (Fundação Petrobras de Seguridade Social), que gerencia os recursos da previdência dos funcionários da estatal.

A ideia fora lançada no ano passado, pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preocupado com o futuro dos jogadores ao encerrarem a carreira. Muitos, que não encontram outras atividades, enfrentam dificuldades financeiras para sobreviver.

Lula pediu ao então ministro da Previdência Social e hoje atual secretário-executivo da pasta, Carlos Eduardo Gabas, que "cuidasse dos heróis das Copas do Mundo, porque muitos deles chegavam a uma certa idade e passavam por problemas financeiros".

Inicialmente, poderão participar do fundo de previdência atletas associados aos sindicatos de atletas de São Paulo, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul, Mato Grosso do Sul, Rio Grande do Norte e Paraíba. Num segundo momento, outras associações poderão aderir ao EsportePrev. O plano funcionará de forma similar a outras previdências privadas já existentes (o valor a ser resgatado depende de contribuições e rentabilidade).

Seguro-desemprego é meta

Desta maneira, os ex-craques das décadas de 60 e 70, por exemplo, não se beneficiarão com o plano devido ao tempo mínimo de contribuição necessária. Mas os ex-jogadores fizeram questão de prestigiar a festa de lançamento da previdência, que vai beneficiar gerações mais novas. O ex-jogador Afonsinho, meia do Botafogo nos anos 60, foi um dos que lutou pelo projeto.

Um dos diferenciais do EsportePrev, segundo Rinaldo Martorelli, presidente do Sindicato de Atletas Profissionais de São Paulo, é a taxa administrativa ser menor.

- É antiga a nossa batalha para dar uma condição justa para o atleta após a carreira. Quando ele encerra o seu trabalho, após cerca de 15 anos, não recebe nada. Por isso, batalhamos também por um seguro-desemprego de dois ou três anos para um atleta que tenha contribuído com a Previdência Social por 15 anos - disse Martorelli.

Segundo ele, já existe um projeto na Câmara dos Deputados. Mas a categoria busca um entendimento com o governo federal para conquistar apoio. E, para isso, espera contar com a ajuda do secretário-executivo da Previdência Social, Carlos Eduardo Gabas.

- Não defendemos que um atleta se aposente com 35 anos de idade, mas sim que ele tenha direito a um seguro-desemprego, que seria um benefício de recolocação no mercado - diz Martorelli.

O sindicato dos jogadores acredita que a adesão à previdência privada será boa, "visto que haverá uma campanha de conscientização forte para o atleta começar a pensar no seu futuro hoje".

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