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Coface parte para expansão regional na América Latina

Fonte: Valor Econômico

Empresa abre escritório no Recife e pretende ter presença também em Porto Alegre

A Coface, do grupo francês Natixis, líder no seguro de crédito entre empresas no Brasil e na América Latina, resolveu partir para uma expansão regional e abrir escritórios fora das maiores cidades nos principais países. Agora, passada a crise, temos vontade de crescer rapidamente e a proximidade com o cliente é fundamental nessa estratégia, diz o belga Bart Pattyn, presidente e CEO da Coface na América Latina.

O executivo mora no México e visitou o Brasil para inauguração do novo escritório em Recife. Além de São Paulo, a Coface está presente em Belo Horizonte e no Rio. A meta é abrir um novo escritório em Porto Alegre ainda no início de 2012.

Hoje, da carteira total da Coface, apenas 30% do valor das apólices vêm de fora do eixo de São Paulo ou Rio. Pattyn acredita que as maiores apólices vão continuar a se originar aí. No entanto, é com as apólices menores em outras regiões do país que se obtém uma maior diversificação de risco, fundamental para uma seguradora. As apólices menores são também mais rentáveis.

Jöel Paillot, presidente da Coface no Brasil, conta que além dos próprios funcionários da seguradora, que hoje somam cem, a ideia é usar os corretores para ampliar o alcance da empresa. A Coface tem 300 corretores treinados e 30 já ativos.

Segundo Pattyn, a ideia é alavancar a expansão também com agentes exclusivos, que são diferentes dos corretores, que trabalham com várias seguradoras. Em vez de funcionários da Coface, os agentes são pessoas jurídicas com as quais queremos ter relacionamento de exclusividade, conta.

O interior de São Paulo, o Nordeste, o Sul do Brasil, são todas regiões prioritárias, de muito crescimento, diz Paillot. Há muito movimento no Oeste do Brasil, completa Pattyn.

A Coface segue o caminho de seguradoras com outras especialidades que, atraídas pelo potencial de negócios gerados pela expansão da agricultura e pela interiorização da renda, avançam para as cidades fora do eixo Rio/São Paulo para crescer. Icatu, BB/Mapfre, SulAmérica, Santander e HSBC Seguros também adotam estratégias agressivas em cidades fora dos grandes centros, onde os ramos que mais prosperam são os seguros de automóveis, de vida, de residências, de benfeitorias rurais e de máquinas e equipamentos agrícolas.

Segundo Paillot, os conflitos no Norte da África e no Oriente Médio, além da crise na Grécia, Portugal e Espanha, têm feito crescer o interesse pelo seguro de risco de crédito. Muitos exportadores estão preocupados e é nessas horas que o seguro de crédito se mostra mais importante, diz, explicando que a empresa não cobre mais o risco de empresas na Líbia, Iêmen e Síria. Na América Latina, Venezuela e Cuba não têm cobertura.

Segundo Pattyn, a América Latina representa cerca de 10% da carteira total da Coface, de aproximadamente EUR 410 bilhões. Mas é um lugar no qual esperamos ter maior crescimento, assim como a Ásia, diz Pattyn. A participação de mercado da empresa na América Latina subiu de 33% em 2008 para 36% em 2010.

O Chile tem a maior aceitação do seguro de risco de crédito na região -os prêmios representam 0,035% do Produto Interno Bruto (PIB). O Brasil tem a menor, com a relação ficando em 0,004 %. Se no Brasil a aceitação chegasse ao nível do Chile, o mercado atingiria US$ 632 milhões. É um potencial de expansão de mercado de dez vezes em relação aos níveis atuais, afirma Pattyn.

No mercado interno do Brasil, a Coface fechou 2010 com prêmios (faturamento) de R$ 55 milhões, um aumento de 1% na comparação com 2009, o que garantiu participação de 51,1% no mercado. No seguro de crédito à exportação, a Seguradora Brasileira de Crédito à Exportação, controlada pela Coface, teve faturamento de R$ 19,4 milhões, alta de 19%, com participação de 66,63% no mercado.

Quando Paillot assumiu, no início de 2010, a exposição da Coface ao risco Brasil era de EUR 8,5 bilhões. No fim de 2010 chegou a EUR 12,6 bilhões. A meta para este ano é crescer para níveis próximos de EUR 13,8 bilhões.

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