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Com 38% do mercado local, IRB parte para o exterior

Fonte; Valor Econômico

Enquanto as grandes resseguradoras internacionais se movimentam para conquistar um quinhão do mercado brasileiro, o IRB-Brasil Re segue na mão inversa. Ex-monopolista, a estatal ainda detém 38% do mercado doméstico e está confortável com essa fatia. Eu vejo o IRB crescendo mais no exterior do que no Brasil, disse, ontem, o presidente do IRB, Leonardo Paixão, em entrevista na sede da companhia.

Paixão regressara na véspera de uma viagem à Argentina, onde o IRB já é um ressegurador local. Como as regras do país vizinho permitem que se use o capital detido em todo o Mercosul, já chegou com porte que intimida a concorrência.

O IRB entra na Argentina com US$ 1,5 bilhão, fazendo dele o maior ressegurador da Argentina, disse Paixão, referindo-se à margem de manobra que possui. Na prática, a operação da estatal brasileira ainda engatinha. Segundo ele, a estratégia inicial é acompanhar os negócios das empresas brasileiras no exterior. Num futuro não muito distante, ele acredita que essa capacidade de operação leve o IRB naturalmente à liderança também no país vizinho.

Em setembro próximo, passa a valer na Argentina uma regra semelhante à brasileira, que exige uma parcela dos resseguros feitos com operadores nacionais. Antes mesmo que entre em vigor essa regra, em julho, o governo argentino fará uma primeira rodada de revisão de seus contratos de seguros. O IRB ainda não se vê pronto para assumir contratos nessa primeira rodada, segundo Paixão. Mas, em julho de 2012, vai competir a pleno vapor.

Além da Argentina, a estratégia de expansão em conjunto com os negócios das empresas brasileiras vai levar o IRB a outros países da América Latina e até a África. Segundo Paixão, Angola e África do Sul, que deve visitar nas próximas semanas, são os caminhos naturais. Nada disso significa desinteresse pelo Brasil. Se está confortável com sua fatia de quase 40% do mercado de resseguros, o IRB também não quer abrir mão dessa liderança, ainda que queira reduzir a concentração no mercado doméstico.

Segundo ele, isso permite selecionar com critério que apólices quer disputar no país. Não estamos aqui para disputar a qualquer preço e em qualquer condição esse mercado brasileiro.

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