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Como as seguradoras te veem

Fonte: Auto Esporte

Faixa etária, profissão e localização podem afetar o valor do seguro
Idade, serviço, bairro onde mora e sexo: tudo influencia no preço do seguro

O convívio em sociedade nos diz que somos todos iguais perante a lei, mas perante as seguradoras não é bem assim. Basta preencher o “questionário de avaliação do risco” oferecido por elas para saber que, como se diz por aí, seu passado te condena, e seu presente também.

O questionário nada mais é do que o "delator", informando se você é um cliente que pode trazer riscos ou não. Muita gente já deve ter presenciado alguém reclamando ao preencher esses papéis ou até vivenciado a situação, mas não imagina que cada resposta é detalhadamente estudada pelas empresas. Idade, sexo, estado civil, modelo, ano e quilometragem do veículo, entre outras perguntas, ajudam a traçar o seu perfil. Segundo o diretor executivo da Federação Nacional de Seguros Gerais (FenSeg), Neival Rodrigues Freitas, cada seguradora possui um padrão para avaliar o perfil do cliente.

A partir da avaliação que a seguradora faz, é possível calcular o valor do prêmio de seguro. De acordo com o membro da presidência da FenSeg, Mauricio Galian, “o sexo influencia, principalmente para os mais jovens”. O seguro para uma pessoa de 20 anos do sexo masculino é mais caro do que para uma do sexo feminino. “Isso acontece porque, supostamente, um jovem tem muito mais ansiedade para dirigir do que uma moça, mesmo que isso esteja mudando”, comenta Galian, que também é diretor da seguradora Mapfre. Segundo ele, o sexo diferencia clientes de todas as idades, mas após os 30 anos a diferença é menor. A idade também é prejudicial àqueles que possuem mais de 70 anos. O diretor-executivo da FenSeg afirma que esse tipo de dado tem base em estatísticas avaliadas pelas seguradoras.

O diretor da Porto Seguro, Marcelo Sebastião, explica que até a profissão pode afetar o valor do seguro. “Uma profissão nunca será prejudicial ao valor, mas algumas possuem descontos, como médico, servidor público e professor” conta. Além disso, ele diz que a localização influencia bastante na cotação. “Uma pessoa mais jovem que mora no Jardins (bairro nobre de São Paulo), por exemplo, pode pagar menos que uma pessoa de meia-idade que mora em uma região de alto índice de sinistros” diz.

Vantagens para uns, problemas para outros

Parece impossível circular por aí sem seguro nos dias de hoje, mas o estudante Vittorio Venturini preferiu arriscar ao invés de pagar um valor que não cabia no bolso. Ele adquiriu seu primeiro carro há dois anos. Na época, tinha 19 anos e iria usar o carro para ir até a faculdade, trabalho e também aos finais de semana. “Com o valor que economizei do seguro já poderia comprar outro carro”, afirma.

Já a tradutora Raquel Citelli teve sorte na hora da cotação. Fez o seguro do carro quando tinha 23 anos e nunca usou o carro para trabalhar e estudar, então o preço ficou a favor dela. “Com a idade, o seguro foi ficando mais barato. E também, antes de comprar o carro, pesquisei primeiro o valor do seguro para ver se valia a pena”, conta.

Aquela ajudinha
Outra estratégia em que as seguradoras apostam é oferecer serviços para todos os momentos do dia a dia do segurado. As mulheres viraram os principais alvos desses benefícios. O serviço chamado Auto Mulher da SulAmérica oferece assistências não só para o automóvel, mas também assistência residencial que inclui bombeiro hidráulico, eletricista, chaveiro e substituição de telhas.

Já o Auto Mulher da Porto Seguro oferece serviços que vão desde táxi para emergências, desconto na compra de cadeirinhas, leva-e-traz para a primeira revisão, serviço de instalação de quadros e cortinas, assistência de ar-condicionado... O diretor da Porto Seguro afirma que esses serviços residenciais estão tendo uma procura muito grande, principalmente de conserto de equipamentos de linha branca, onde eles oferecem a mão de obra e o segurado arca com os gastos de novas peças. A Mapfre oferece o serviço de quebra-galho para todos os perfis, com tarefas similares. “A maior procura é de mulheres e pessoas de mais idade”, afirma o diretor da seguradora.

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