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Swiss Re: Responsabilidade vai aumentar

Fonte: Monitor Mercantil

Inundação é a maior preocupação do mercado segurador
Setor está otimista e diz que quadro vai mudar com melhora econômica do Brasil

Apesar de estar livre das zonas de terremotos e furacões, o Brasil sofre com um risco que já deixou milhares de mortos nos últimos anos, e que tende a piorar com as transformações climáticas: as inundações. "Até hoje, há um alto número de vítimas e desabrigados por causa das inundações (no Brasil), mas há pouco prejuízo segurado, principalmente por causa da pouca penetração do seguro", destacou Rolf Steiner, diretor da Swiss Re, em sua apresentação sobre "Meio Ambiente e Seguros Catástrofes", no primeiro dia da 5ª Conseguro.

No entanto, observou o executivo, isso deve mudar com o passar dos anos, principalmente com a melhora econômica do país. "A responsabilidade da indústria de seguros vai aumentar", sentenciou. "Há um grande desafio, em analisar essa exposição e suas coberturas adequadas".

No entanto, por outro lado, Rolf vê um lado positivo no fato do risco mais grave para o Brasil ser a inundação. "Por um lado é bom, pois há produtos com tarifas bastante atrativas", ponderou. "Mas por outro, há pouca cultura sobre o produto, faltam sistemas, estatísticas sobre o assunto. E é preciso ter produtos corretos".

"Os estados do Sudeste estão muito expostos as inundações", lembra, citando Rio de Janeiro e São Paulo como os mais afetados, com as obstruções de vias e as quedas no fornecimento de energia ocasionadas por este evento cada vez mais recorrente. "Os seguros precisam ser adequados às necessidades. É necessário discutir o seguro regionalmente. Além disso, é preciso um planejamento de infra-estrutura".

Segundo seu panorama sobre as catástrofes naturais, as inundações súbitas (flash flood) e os deslizamentos de terra, que acontecem principalmente no período entre dezembro e fevereiro (na época do verão), quando há precipitação de alta intensidade por várias horas/dias é um exemplo que merece ser analisado mais atentamente, pois afeta principalmente as áreas urbanas, causando diversos transtornos. As cheias de rios prolongadas provocam sinistros ainda mais fortes.

Panorama mundial

Como já era esperado, o terremoto do Haiti, em meados de janeiro do ano passado, ficou em primeiro lugar no número de vítimas, com mais de 200 mil mortos, principalmente, explicou o executivo, "por que o local não tinha construções preparadas para abalos sísmicos".

Na lista do maior número de vítimas, ainda há diversas tragédias, como a onda de calor que afetou a Rússia, provocando incêndios e nuvens de fumaça; terremotos e inundações na China; inundação no Paquistão; deslizamento no Chile, entre outros. Nota-se que essa lista se concentra mais na Ásia.

No entanto, quando o critério mede as perdas para as seguradoras, o cenário é completamente diferente, concentrando-se mais na Europa e na América do Norte. Ainda assim, o Chile é o primeiro colocado, seguido pelo terremoto da Nova Zelândia e pela tempestade invernal Xynthia, que atingiu França, Bélgica e Alemanha entre o final de fevereiro e o início de março do ano passado.

Rolf também lembrou que, com todas estas catástrofes, 2010 foi classificado como o terceiro maior ano em número de vítimas desde 1970 (quando houve a tempestade de Bangladesh e o terremoto no Peru).

Tendência

Para este ano, a tendência é de aumento nas perdas com catástrofes, uma vez que há maior penetração de seguros e crescem cada vez mais os valores segurados; além disso, há mais densidade concentrada no mesmo local, construções não preparadas e, principalmente, destacou Rolf, "a maior probabilidade de catástrofes naturais". Apesar disso, o executivo da Swiss Re fez uma observação: não se observa probabilidade de terremotos, mas sim cada vez mais um crescimento no número de secas e fortes inundações, ainda mais quando se compara as estatísticas com as de 20 anos atrás.

"Precisaremos de muita sorte com a zona de furacões no Caribe para não finalizar este ano com um recorde", disse. "2011 não será tranqüilo como o ano passado", comentou, referindo-se aos furacões que, em 2010, decidiram não aparecer tanto.

Sustentabilidade

No ano que vem, durante a Conferência das Nações Unidas sobre Desenvolvimento Sustentável, Rio +20, o mercado segurador brasileiro vai aderir aos Princípios para o Desenvolvimento Sustentável de Seguros, iniciativa do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente.

Os quatro princípios são: considerar sistematicamente as questões ambientais, sociais e de governança no negócio, princípios, estratégias e operações; aumentar a consciência da indústria de seguros sobre questões ambientais, sociais e de governança, reduzir o risco e encontrar soluções; trabalhar em conjunto com a sociedade para reforçar nossa eficiência na implementação dos princípios; e ser transparente ao comunicar as nossas atividades e progressos na implementação dos princípios.


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