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Conserto de carro leva até 90 dias na Grande Vitória

Fonte: A Gazeta

Falta de peças para veículo popular e de luxo faz fila crescer

Nos pátios das oficinas, de seguradoras e de concessionárias, é possível observar uma fila de carros aguardando conserto. O motivo é a falta de peças automotivas que tem mexido com o mercado. Sem saber para onde correr, o consumidor chega a esperar 90 dias pela reparação.

O problema, antes exclusivo aos carros de luxo e aos importados, tem alcançado os veículos populares, como Uno, Gol, Palio, Corsa e Celta. Com tantos automóveis em fabricação, não tem sobrado tempo para as montadoras produzirem peças destinadas à reparação de veículos. A situação se complica com os veículos de médio padrão, como Linea, Pegeout, Polo e Clio Sedan.

Na oficina de Jair Sório, em Vila Velha, são vários casos de carros parados, sem conserto. O prejuízo é tanto para o consumidor quanto para o negócio, segundo o empresário, é lastimável. "Quando a peça do carrochega preciso fazer o conserto pelo preço combinado no orçamento, mesmo saindo em desvantagem. Sem contar que por estar com vários carros na fila de espera, não posso aceitar mais clientes".

Segundo o diretor da Associação das Oficinas de Reparação de Veículos (Assorves), Henrique Caldas, a maioria das fabricantes não tem material em estoque.

Enquanto sobram filtros, pastilhas de freio e pneus, peças relacionadas à lanternagem e ao sistema elétrico do carro são as mais complicadas de estarem disponíveis no mercado. Caldas explica que esses produtos, por terem alta durabilidade, não são prioridades na produção.

"As oficinas mecânicas são as mais prejudicadas pela falta de peças. As montadores, devido à demanda, dão atenção às concessionárias. E nós ficamos aguardando por muito mais tempo".

Corra atrás dos seus direitos

Se um fabricante demorar muito tempo para enviar a peça para o conserto do carro, o consumidor pode denunciar o problema ao Procon ou mesmo entrar na Justiça.

Vendas 4,1%: De janeiro a junho deste ano, foram vendidos 1,71 milhão de carros no país, 4,1% a mais que o mesmo período de 2010.

Emplacamentos 97 mil: No Espírito Santo, esse foi o número de veículos emplacados de janeiro a junho deste ano, segundo dados do Denatran.

No aguardo seis meses: Segundo a Assorves, no Espírito Santo já houve casos em que o consumidor precisou esperar seis meses por uma peça automotiva.

As razões para a escassez no mercado

1 - Importados. A dificuldade de comprar as peças faz com que os carros importados fiquem mais tempo nas oficinas.

2 - Asiáticos. Marcas japonesas como a Nissan e a Toyota, por conta do tsunami, estão com várias peças em falta.

3 - Populares. A falta de peças também atinge carros populares como Uno, Palio, Gol e Celta.

Aumento da frota vai complicar situação ainda mais

Com tanto carro na rua, a demanda por reparos cresce a cada dia. E a expectativa é de que a procura por peças se intensifique, já que no primeiro semestre deste ano foram vendidos 1,71 milhão de veículos no país.

No Espírito Santo são mais de 1,3 milhão de veículos em circulação, segundo o Detran. Aproximadamente, 97 mil foram emplacados este ano. O corretor de seguros da Ilha Azul, Leonardo Soares, explica que o mercado de peças não consegue suprir a necessidade. "Às vezes, a seguradora autoriza a compra, mas a peça não chega. Não temos o que fazer. Alguns consumidores chegam a procurar o Procon para reclamar do atraso".

O assistente de comunicação do Sindicato dos Concessionários e Distribuidores de Veículos (Sincodives), Felipe Costa, afirma que a falta de peças tem atingindo mais as lojas de carros importados. "Como as peças vêm de fora, a espera é maior por causa da dificuldade de importação", diz. Além de aguardar, o consumidor paga nas concessionárias, pela mão de obra, cerca de R$ 80 a R$ 200 por hora trabalhada. Nas oficinas, o custo é de em média R$ 50.

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