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Mercado de capitalização tem R$ 18 bilhões em reservas

Fonte: DCI Online

são Paulo - Apesar das dúvidas sobre a rentabilidade dos títulos de capitalização para o consumidor, o setor apresenta ampla expansão nos primeiros cinco meses de 2011, o que adiciona maior ganho às instituições financeiras. O total acumulado em prêmios pelo segmento chegou a R$ 5,4 bilhões de janeiro a maio, o que representa um aumento de 15,74% em relação ao mesmo período de 2010, de R$ 4,67 bilhões, aponta a Superintendência de Seguros Privados (Susep). Segundo especialistas da área, o crescimento está relacionado à maior capacidade dos brasileiros de poupar recursos, à ampla oferta de produtos e à vantagem dos prêmios.

De acordo com a Susep, a BrasilCap, do Banco do Brasil, lidera o ranking, com faturamento de R$ 1,264 bilhão até maio deste ano, crescimento de 18,13% ante o mesmo mês de 2010, de R$ 1,07 bilhão. Em seguida aparece a Bradesco Capitalização, do Bradesco, com receita de R$ 1,148 bilhão, elevação de 25,8%, na comparação com R$ 912,7 milhões arrecadados no início do último ano. O Itaú de Capitalização obteve prêmios no total de R$ 753,4 milhões em maio de 2011, e a Caixa Capitalização conquistou R$ 460,4 milhões.

No total do mercado, as provisões técnicas ampliaram-se 14,46% de janeiro a maio de 2011, de R$ 15,85 bilhões para R$ 18,14 bilhões. O valor se diferencia do faturamento, já que representa o saldo total, não somente o anual. Entre os bancos privados, a Bradesco Capitalização acumulou R$ 4,38 bilhões em provisões técnicas em maio, uma evolução de 24,2%. Para Norton Glabes Labes, presidente da instituição, o dinheiro ainda ativo é de extrema importância para a composição do grupo segurador e representa toda a acumulação durante o tempo de captação. "Atingimos valor recorde, evoluindo mais do que o mercado, que ficou em 14,5%."

O executivo da Bradesco Capitalização também ressaltou o valor para o grupo Bradesco. "Os títulos de capitalização são importantes para o grupo segurador e banco, porque fidelizam o cliente. Em 2011 queremos continuar a crescer acima do mercado." Além de possibilitar a reserva de recursos e oferecer prêmios, a empresa adota como estratégia de venda e benefícios os produtos socioambientais, com o comprometimento de repasse de recursos para cinco associações: SOS Mata Atlântica, Instituto Ayrton Senna, O câncer de mama no alvo da moda, Amazonas Sustentável e Projeto Tamar.

No mercado de capitalização, a instituição possui 21,3% de participação de mercado neste segmento, com 938 clientes sorteados até maio de 2011, o que totaliza R$ 23,252 milhões.

Segundo o educador financeiro Mauro Calil, os bancos ampliaram a oferta de produtos e a distribuição por conta da ampla rentabilidade, o que justifica o crescimento do produto. "Os títulos de capitalização são extremamente rentáveis, principalmente porque capitalizam o emissor", disse Calil.

O diretor executivo da Federação Nacional de Capitalização (FenaCap), Ismar Torres, concorda com os benefícios gerados. "Para as instituições financeiras é um formador de receita e gera resultado, compondo a área de seguros, previdência e capitalização." A rentabilidade, segundo o diretor, fica no mesmo patamar de seguros, em torno de 17%, com representação de 11% do total.

No que se refere às vantagens aos clientes, Torres explicou que não é uma modalidade de investimento, mas sim de economizar recursos. "No Brasil, as pessoas não têm o hábito de poupar, mas sim de consumir. A vantagem é que cria o hábito da poupança com valor de prestação baixo e retorno de 100%, se cumprir o prazo de carência. No tipo tradicional, o mais vendido, 100% do valor investido retorna corrigido pela TR [taxa de rendimento]. Além disso, inova em relação a poupança, por exemplo, pelos sorteios mensais e anuais."

Na divisão por regiões, a liderança fica com o Estado de São Paulo, responsável por 38% das vendas de títulos de capitalização no país, seguido pelo Rio Grande do Sul, com faturamento de R$ 610 milhões e fatia de 11,36%. O Rio de Janeiro se mantém na terceira colocação, com R$ 475 milhões e 8,85% de participação. No entanto, quando comparada a venda com o mesmo período do ano passado, o Rio Grande do Sul sai na frente, com aumento de 33,17%. Na sequência estão Tocantins, com crescimento de 29,6%, e Ceará, com 24%, segundo a FenaCap.

Ao ser questionado sobre as dúvidas em relação à real rentabilidade do produto e divulgação, o diretor da FenaCap argumentou que os bancos precisam ter uma visão de longo prazo. "Tem de ter uma visão a longo prazo, oferecendo o título de capitalização na hora e para o cliente certo. Ele tem de estar convencido de que adquiriu um bom produto." Atualmente, há 40 milhões de clientes e, de acordo com Torres, a porcentagem de reclamações chega a 0,0098%, o que corresponde a 3,8 mil por ano.

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