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Fonte: Isto É Dinheiro

Os seguros massificados vêm crescendo exponencialmente, atendem 20 milhões de usuários e já representam 10% do faturamento do setor

Por Juliana Schincariol

Presentes no mercado, há 20 anos, os seguros massificados ganharam mais força quando as seguradoras encontraram no varejo uma parceria para sua distribuição, no início dos anos 2000. De lá para cá, entre 2001 e 2011, segundo um levantamento feito por DINHEIRO a partir de informações fornecidas pela Superintendência de Seguros Privados (Susep), o setor já movimentou R$ 48,9 bilhões, cerca de 10% do faturamento do mercado, nesse período. De grão em grão, essas apólices de pequenos valores – as cifras oscilam entre R$ 1,90 a R$ 20 – protegem 20 milhões de consumidores.

Explosão de consumo: parceria com as varejistas foi o caminho encontrado por seguradoras independentes e corretoras

Para os profissionais do setor, esse número deve triplicar nos próximos anos. Os massificados são um dos pilares mais importantes do crescimento do setor, pois aproveitam bem a explosão dessa demanda. “Esse é o foco da indústria e vai impulsionar a operação de seguros no País”, diz Rubens Nogueira, presidente da Classic Corretora de Seguros, do grupo Brasil Insurance. Não há uma segmentação oficial sobre o que é um seguro massificado. Cada seguradora faz essa divisão de acordo com sua área de atuação, conveniência ou estratégia.

De modo geral, eles custam pouco e dependem muito da distribuição. Produtos como auxílio-funeral e seguros de viagem, educacional, residencial, desemprego e de acidentes pessoais estão entre os principais massificados. O carro-chefe do setor é o seguro prestamista, que garante o pagamento de prestações (de financiamentos de automóveis a empréstimos consignados), em caso de morte ou invalidez. Nos primeiros cinco meses de 2011, segundo os dados da Susep, movimentou R$ 1,7 bilhão em prêmios, do total de R$ 3,7 bilhões do setor.

Paulo Kudler, da Marsh: foco nos futuros segurados sem conta no banco

A maior fatia pertence aos bancos. Nos primeiros cinco meses do ano, Santander, Banco do Brasil, Caixa Econômica Federal, HSBC e Itaú Unibanco concentraram 53,1% do total de prêmios, liderados pela Itaú Seguros, que obteve um total de prêmios de R$ 866 milhões, de acordo com a Susep. No Itaú Unibanco, os seguros massificados representam 35% do faturamento e 80% das apólices. A instituição tem como foco principal a distribuição via cartões de crédito ou diretamente junto aos clientes do banco, com produtos como seguro de vida, acidentes pessoais, seguro-viagem ou prestamista.

“Os massificados estão no centro de nossos esforços e nós reestruturamos, recentemente, produtos como vida e acidentes pessoais para simplificar a oferta”, diz Aline Coropos, superintendente de produtos da Itaú Seguros. Para as seguradoras independentes e corretoras, fechar parcerias com o varejo foi uma forma de driblar os bancos e atingir quem não possui conta bancária ou cartão de crédito. É o caso da corretora Marsh. “Existem consumidores sem conta em banco, mas que querem comprar seguros de vida e residência”, diz Paulo Kudler, diretor da Marsh Affinity.

Vladimir Freneda, da Assurant: o crescimento da classe C impulsiona os massificados

“Os massificados estão relacionados com o aumento de consumo que o Brasil presenciou nos últimos anos”, afirma Vladimir Freneda, diretor da seguradora Assurant. A procura por canais alternativos, como a internet, ou a cobrança por intermédio da conta de luz também vem se desenvolvendo. “Precisamos desenvolver bem a escolha do parceiro estratégico e ter muita criatividade na elaboração do produto”, diz Cláudio Oliveira, diretor de mass marketing da seguradora Chubb. “O céu é o limite.” A unidade da Chubb especializada nesses produtos possui mais de cinco milhões de segurados, cerca de 18% do portfólio da seguradora. “Não é a maior das nossas carteiras, mas é a maior das oportunidades.”



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