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A saúde enfrenta o pregão

Fonte; Isto É Dinheiro

O setor cresce na bolsa com duas novas estreias, mas o investidor deve ficar atento às grandes diferenças entre as companhias

Por Lilian Sobral e Carlos Eduardo Valim

Duas novas empresas de saúde decidiram usar a bolsa de valores para vitaminar seus negócios. Na semana passada, a rede de farmácias Brazil Pharma e a gestora de planos de saúde Qualicorp captaram um total de R$ 1,4 bilhão, em suas ofertas públicas iniciais de ações. Para alguns analistas, como Iago Whately, da Fator Corretora, esse movimento mostra que o setor está ficando mais complexo e o investidor deve ficar atento às grandes diferenças de risco entre as companhias. Essa distinção ficou clara na própria reação do mercado aos IPOs.
As ações da Brazil Pharma, por exemplo, foram vendidas a R$ 17,25, dentro da faixa média proposta pela empresa. Mas seus papéis caíram 4,92% na estreia. O inverso ocorreu com a Qualicorp: a empresa reduziu a proposta inicial de preços em 20%, para R$ 13, para conseguir captar recursos. Em compensação, as ações dispararam 16% no dia da estreia.

Dona de um negócio mais estável e com concorrentes comparáveis na Bovespa, como Drogasil e Droga Raia, a Brazil Pharma, que deve faturar R$ 2 bilhões em 2011, estreou apenas um ano e meio depois de sua criação pelo banco BTG Pactual, para a compra de participações no varejo farmacêutico. A abertura de capital trouxe aos cofres R$ 465,75 milhões, que serão usados principalmente para aquisições. “Vamos fazer história”, disse André Sá, presidente da empresa, com o típico otimismo dos executivos em aberturas de pregão.

Mas ele também admitiu alguns desafios. “Nossos concorrentes são extremamente competentes.” Além da Drogasil e a Droga Raia, que já estão na bolsa, o bloco farmacêutico deve ser engrossado pela cearense Pague Menos e pela Drogaria São Paulo, que planejam abrir capital até o início do próximo ano. A Qualicorp, por sua vez, está sozinha na bolsa e sujeita a riscos pouco conhecidos do mercado. É uma intermediadora entre as operadoras de planos de saúde e associações de classe e empresas.

O risco principal é de inadimplência: se os beneficiários não quitarem a mensalidade dos planos, a Qualicorp precisa repassar assim mesmo os recursos às operadoras e seguradoras. A empresa também é muito afetada por mudanças regulatórias. Beneficiada pelo fato de planos individuais serem caros, seu negócio pode cair drasticamente se a legislação mudar a relação de preços frente aos planos coletivos. São riscos bem diferentes dos incorridos por operadoras, como Odontoprev e Amil e a seguradora Sul América.

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