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Corretor será fundamental no microsseguro

Fonte: Revista Cobertura

Nos últimos dez anos, cerca de 20 milhões de brasileiros deixaram a linha da miséria e passaram a fazer parte das classes D, C e B, conforme dados do estudo Microsseguros no Brasil – Buscando uma estratégia para desenvolvimento do mercado, encomendado pela CNseg ao Centre for Financial Regulation and Inclusion (Cenfri), instituição sul-africana que ajuda a formular modelos de regulação financeira para inclusão social, divulgado no início do ano.

Ainda de acordo com o estudo, a classe C apresentou significante expansão a partir de 2003, e atualmente já representa 55% da população, com aproximadamente 105 milhões de brasileiros. Essa parcela da população, juntamente com a pertencente à classe D, são o alvo de proteção do Microsseguro, cuja regulamentação segue em trâmite.

Conforme Adevaldo Calegari, diretor de benefícios e responsável pela área de microsseguros do Sincor-SP; diretor de microsseguros da APTS; e vice-presidente da Camaracor-SP, a SUSEP analisa a possibilidade de normatização própria do microsseguro, sem que haja necessidade da aprovação do Congresso, o que anteciparia o início da atividade.

A conscientização da importância do seguro para esse público ficará a cargo do mercado segurador como um todo, especialmente do corretor de SEGUROS, principal representante do segurado perante o setor. “O papel do corretor especializado em microsseguros será estratégico. Ele atuará na apresentação do produto, destacando que o seguro é a forma mais adequada de proteger a renda e o patrimônio construídos pelo trabalhador”, destaca a diretora executiva da CNseg, Solange Beatriz Mendes.

Para isso, conforme indica, a habilitação do profissional especializado em microsseguros, com qualificação mínima, poderá ser obtida por meio de um curso técnico diferenciado, com critérios menos rígidos, porém suficientes à prática da atividade.

Para ela, o corretor de microsseguro será o agente fundamental para o desenvolvimento deste mercado no Brasil e terá especificidades próprias, distintas do corretor de seguro convencional. “Ele deverá ter uma formação focada neste produto específico e precisará estar preparado para atender às necessidades desse consumidor”.

Na opinião do diretor comercial da Capemisa, Laerte Tavares, a inserção do corretor no segmento exigirá também que o profissional exerça um papel social com os segurados. “O corretor de seguros tem a responsabilidade social de oferecer a cobertura adequada para a população-alvo. A classe C, que apresenta crescimento acelerado, precisa ser orientada no sentido de compreender a necessidade do seguro como forma de proteção ao patrimônio e sua família”.

Conforme Adevaldo Calegari, todos os corretores poderão atuar com microsseguros. Entretanto, ele reforça que esse profissional deverá formar uma carteira, já que os valores de comissão serão inferiores aos dos seguros tradicionais.

“O corretor precisará ter um canal de distribuição, pois o microsseguro não será um produto para o profissional trabalhar ‘caso a caso’. Será preciso encontrar uma forma de distribuí-lo para grupos”.

Nesse sentido, ele exemplifica que o produto poderá ser distribuído em associações de bairro, congregações religiosas, cooperativas, e demais organizações que prestem atendimento a grande quantidade de pessoas, passíveis de adquirir o microsseguro.

Para a diretora da CNseg, o corretor de microsseguro será essencial para a viabilização desse mercado no Brasil. “Algumas experiências atuais do mercado segurador indicam que esse corretor poderá ser um morador da própria comunidade onde o produto será ofertado. Ele será o melhor intermediário porque já pertence à comunidade e essa característica facilita a comunicação”.

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