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A evolução do conceito de seguros no Brasil

Fonte: Brasil Econômico

Paulo Kudler Vice-presidente da Marsh Affinity Brasil

Os mais de 100 milhões de pessoas que agora compõem a nova classe média brasileira conquistaram espaço no mercado de consumo. Entretanto, o desafio é assegurar a sustentabilidade dessa classe emergente ao longo dos próximos anos. Nesse cenário, os seguros exercem um papel fundamental, tanto para sustentar o crescimento da economia brasileira quanto para promover a segurança e a proteção à vida, aos bens e ao patrimônio das pessoas.

Uma parcela significativa desses novos consumidores da classe média já possui alguma apólice, dos tradicionais seguros de automóveis aos seguros de vida ou de acidentes pessoais de baixo valor-os chamados seguros massificados. Alguns produtos ou as suas combinações, como proteção financeira com vida e desemprego, acidentes pessoais e capitalização se consolidaram.

O modelo massificado trouxe resultados positivos para a distribuição de diversos seguros a preços mais baixos e, o mais importante, divulgando uma cultura de proteção junto aos consumidores. Com isso, pela primeira vez na história do mercado securitário brasileiro, foi possível disponibilizar ao mercado produtos de baixo custo e de forma estruturada, com o objetivo de atender a demanda crescente. Estima-se que hoje cerca de 25 milhões de pessoas estejam protegidas por alguma apólice de vida e de acidentes pessoais, desemprego, despesas com funeral, entre outras.

Com a distribuição massificada é possível atingir todas as classes sociais, já que a maioria das pessoas consome serviços básicos como telefonia, luz e cartão de credito, entre outros serviços. O mais beneficiado neste modelo é o consumidor de baixa renda, que não possui conta em banco, mas normalmente dispõe de uma pequena renda extra e está exposto a riscos como qualquer trabalhador.

O modelo comercial do seguro massificado marcou uma grande mudança no setor,com maior ênfase no final dos anos 90.Mudaram-se os preceitos e a forma de se fazer seguro, sendo possível alcançar um maior número de pessoas físicas com as empresas de outros setores disponibilizando seus canais de comunicação junto aos seus consumidores. Foi possível chegar a este público que dificilmente seria atingido através dos meios tradicionais.

O varejo em especial, por se tratar de um setor dinâmico, vigoroso e cada vez mais competitivo, tornou-se um parceiro estratégico do mercado de seguros, onde esses programas têm obtido grande sucesso. As concessionárias de serviços públicos (utilities) e as operadoras de cartões também têm colaborado para popularizar o consumo de seguros. Interessante notar também o movimento de empresas dee-commerce surgindo como canais alternativos de distribuição. Já existem iniciativas inovadoras e em sintonia com a demanda do público da internet.

As corretoras, como consultoras, compreendem o risco e têm o papel de orientar as empresas parceiras. As corretoras têm investido fortemente em infraestrutura e na gestão de ponta a ponta desse negócio, do design ao atendimento ao segurado, transcendendo o marketing tradicional.

As empresas de seguros ainda enfrentam alguns gargalos nessas operações. A carga de impostos, os custos operacionais e as burocracias técnicas são alguns componentes que ainda retardam a evolução mais rápida do setor. Estima-se que existam atualmente no país de 60 a 100 milhões de potenciais consumidores de seguros de baixo valor. A massificação inaugurou uma nova era de se comercializar os seguros.

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